sábado, 25 de dezembro de 2010

Mais um conto desse escritor do acaso, do abismo, do caos e do absurdo sem graça.

                                       VIDAS CANTADAS EM FRANCÊS




A chuva teima em cair, o tempo fechado não combina com o colorido da música, ela passa suavemente pelo cinza da atmosfera chuvosa dando colorido diferenciado, o vermelho paixão, o azul ceu, o amarelo ouro, o verde verdade, tudo em sintonia com os sentimentos daquele cara, ele ouvia a música embalado no entorpecimento da alma, parecia que tinha fumado maconha, seu corpo leve, seus pensamentos suavemente desordenados, sonhos acordado, Carlos montava uma narrativa de sua vida olhando para aquele parede descascada, o copo de vinho em sua mão, a imagem de Aline em sua mente, ele sonhava, beijava seu corpo branco e seu rosto de francesa, sabia que era platônico, que nunca teria chance com ela, além de ser um homem sem beleza, carisma ou dinheiro ela era casada, parecia feliz, parecia bailar nos braços daquele senhor que ela chamava de marido.

Feia como a fome, gorda, dentes tortos, cabelo despentado e ensebado, ela era grotesca, sem beleza, tímida e burra, um ser sem muita serventia no universo, sua pele cheia de sardas e espinhas dava um ar medonho ao ambiente por onde passava, sua fala roca não lhe dava alegância ao ato de falar, sem noção dizia que era uma benção de Deus, todos tinham raiva, nojo ou pena dela, ela era assim, Monique era o patinho feio da escola, da cidade, da galáxia diriam alguns, ela era o que não se pode ser, mas é.


Tudo que Midas tocava virava ouro, tudo que Carlos tocava virava merda, ele era o azar com pernas, nenhum negócio dele ia para frente, seus estudos sempre ficavam pela metade, seus relacionamentos nunca davam frutos, ele não fazia nada por inteiro, sempre fracassava, como pode existir um ser assim? Inexplicável, no bar ele refletia sobre a sua louca e insignificante vivência, a cerveja embalava seus pensamentos, ele contemplava a beleza que era respirar, sonhava com Aline, suspirava com o sentimento de solidão presente nos fracassados, nenhuma mulher iria se relacionar com um homem inseguro, fracassado e pobre, a vida é dura, ele sabia disso, por isso bebia suavemente e se conformava com a vida.

A dança, ela flutuava sobre seus rancores, fobias, tesão, pensamentos, ela e seu vestido florido, ela era linda, espetáculo da natureza, efervescência do cosmo, caoticidade organizada, carvão feito diamante, Aline seria a mulher perfeita? Para o fracassado bebedor de vinho e fã de música francesa sim, Carlos era um admirador, um servo daquela mulher, ela passa por ele no salão, ela sorri, é educada e simpática, ele sorri sem graça, seu pênis explode dentro da calça, seu coração acelera, passa de trezentos por hora, sua respiração acompanha os passos da dança, o suor desce suavemente pela pele, sua epiderme pega fogo, febre da paixão, sintomas do amor, Monique não dança, gorda e sem jeito fica sentada em um canto, olhando e suspirando vendo os rapazes flertarem com as moças bonitas, ela sonha, o mundo reclama, ela continua, a música não para, eles dançam, Carlos e Monique são duas desgraças abençoadas naquele lugar.

O frango frito, o vinho gelado, a música francesa tocando, ele lê mais um poema, bebe um gole do vinho e come um pedaço de queijo, o almoço está pronto, ele come, se alimenta enquanto pode, engole cada pedaço com elegância, decencia, ele é charmoso no ato de comer, como pode um fracassado, um desajeitado sem simpatia e sem boa oratória ser tão refinado na etiqueta da alimentação? Monique era um horror, parecia uma porca na hora de comer, com apenas dezesseis anos já era um monstro, com trinta anos Carlos já estava a espera da morte, somente ela libertaria ele, Monique e todos os demônios que sofrem nessa terra.

O caminho era o mesmo, uma estrada longa e cansativa, Monique tinha preguiça das caminhadas longas, andava cerca de cinco quilômetros da escola até sua casa passando por um bosque, ela caminhava e durante o percurso sonhava com um príncipe encantado, com uma beleza como a das novelas, ela queria ser amada. Cinco garotos, fanfarrões, brincando, conversando, como é linda a juventude, eles passam por ela, seria uma oportunidade, mas que idéioa nojenta, ninguém no mundo teria coragem, eles tiveram, voltaram, xingamentos, tapas, socos, ela estava no chão, eles chutavam, ela sangrou, eles batiam, ela estava sem roupa, chorando, sem vergona nenhuma eles a estruparam, aquela garota feia foi penetrada pelos cinco rapazes, eles fuderam sua vagian, sua boca, seu ânus, bateram nela de novo, gozaram sobre seu corpo.

O que poderia acontecer com cinco jovens que batem e estupram uma menina de dezesseis anos? Com eles não aconteceu nada, sairam ilesos, Carlos, o fracassado de nossa história ficou chocado, como podia um ato bárbaro desse ficar assim, sem punição, sem perdão, ele se solidarizou com Monique, ele era um bom coração, um homem com princípios, além de ser fracassado e platônico, quase patético.

Monique se recuperava no hospital, aparece um rosto familiar, mas ela não sabia de onde o conhecia, era Carlos, veio visitá-la, ela agradece, ele lhe traz flores, que lindo, como é educado, ela se sente importante, seu corpo dói, sua alma também, ela foi vítma da ignorância, eles eram dois seres desgraçados nesse mundo, Carlos e Monique tinham algo em comum, o desprezo da humanidade.

Era manhã de doningo, o orvalho nas folhas, a missa dominical, meninas de minissaia, rapazes barbeados, pessoas na feira, frango e carne de porco para o almoço, tudo parecia trnaquilo, bonito, mais um dia nessa odisseia terrestre, mais um dia para respirar, amar, transar, mais uma jornamada a cumprir, um dia para descançar, domingo de sol, encanto e preguiça em sua entrelinhas, borboletas voavam encantando o mundo com suas asas cheias de cores e vida. Naquele domingo algo iria quebrar essa mágica, essa monotonia própria do interior, corpos de rapazes, cinco para ser exato, apareceram em uma mata, sem roupas, com seus corpos mutilados, sem pênis, com queimadoruas em suas bundas, alguém com um ferro quente introduziu o calor naqueles ânus, suas bocas cheias de sangue mostrava que foram espancados, ato cruel, desumano, próprio de bárbaros, assim pensava a cidade.

Já fazia três meses que Monique saira do hospital, agora ela se recupera do susto, tinha sessões com psicólogo, tratamento médico constante e um amigo, o primeiro de sua vida, Carlos era uma pessoa com quem ela podia contar, ela logo se apaixonou por ele, nunca foi correspondida, mas sempre teve o apoio, o carinho daquele ser.

Um sonho, ele se lembra de momentos distantes, coisas a muito tempo esquecidas, Aline já não é mais sua amada, ela morreu em um acidente de carro, Monique emagreceu, continua feia, mas agora é mais simpática e educada, cenas de horror, surrealismo sanguinário, cinco rapazes sendo estuprados, torturados e mortos, depois são decepados, ele viu tudo, pois ele participou do ato, Carlos, o fracassado, fez o que muita gente teve vontade, mas não teve coragem, ele teve, foi fora da lei, fora da santidade, além do pecado, o sangue que saia dos corpos sujava seu rosto pálido, manchava sua camisa.

Monique olha pela janela, a chuva teima em cair, com um copo de vinho ela bebe a vitória da vida, sua vida adulta cheia de desafios e sem sonhos infantis, aquele hoemem calado ao seu lado foi seu grande amigo, ela observa a chuva cair e ouve uma música triste, ele gosta desse tipo de música, ela fica calada e sente o gosto doce do vinho seguir por dentro de sua boca, a música cantada em francês passa por seus ouvidos, Monique lembra que já foi triste um dia, ainda há vida em seu caminho.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

VOLTEI- TEXTO ESCRITO OUVINDO C'EST MA VIE COM SALVATORE ADAMO

Acordo, olho, paredes brancas, cama conhecida, um ar de familiaridade. O quarto não é o meu, mas é o meu, confuso. A vida me deixa confuso. Esse quarto já foi meu, eu dormia nele, eu sonhava nele, transava, comia, asssistia filmes, tudo nele, ele deixou de ser meu por um tempo. Morei fora, morei em outra cidade, lá fiz tudo em outro quarto, em outro ambiente. Voltei, depois de um ano, depois de vendavais, calores, amores, estupros morais, viagens espirituais, emoções, decepções, novas amizades, antigos sentimentos. Voltei.

A estrada, o tapete negro escorre para de baixo do carro, as árvores parecem se mover, o vento faz um barulho, o barulho é do vento batendo no carro, automóvel em movimento, correndo rumo ao paraíso, fuga dos problemas, fuga de momentos, deixei muito prazer para tras, muitas risadas, muitos amigos. A estrada continua, a chuva cai em alguns momentos, o frio, o nublado, a água, a estrada continua, não sinto vontade de chorar, apesar de sentir muito ter que deixar algumas pessoas. A estrada continua, não tenho ansiedade, tenho calma, serenidade, essa viagem me leva a tranquilidade, me leva para casa, para antigos amigos, antigas paixões, novas oportunidades, a estrada continua.

Esse ano de 2010 foi turbulento, sonoro, cheio de graça e desgraça, fumaça vinda de pensamentos demoníacos, anjos colocaram suas mãos em mim, demônios cuspiram fogo em meu rosto, orgasmos, beijos molhados, brincadeiras, disputas, psicopatas, caras feias, muito barulho por nada, muito acasos, caso, trabalho. Esse ano teve recompensas, foi meu primeiro ano na polícia, morei sozinho, conheci Senhozinho Malta e a viuva Porsina, conheci Mauricio, Jucimar, Vinicius, Juliana e outros amigos, conheci a orgia do interiror, a magia do amor, a loucura, a monotonia da solidão, conheci o que antes não se sabia, a dor, o fervor, continuei no ateísmo, revisei todos os ismos, marxismos, desgracismo, pornografias mentais, epistemológicas, a metafísica se misturou com o pragmatismo. Vivi, senti na pele a existência e seu peso.

Luzes, vejo uma cidade, parece coisa de cinema, meu coração dispara, a alegria toma conta, a ansiedade volta, mas a tranquilidade reina quieta em meu coração, é Goiânia, depois de um ano volto a seus braços, logo vejo carros, vida, mulheres bonitas, lindas na verdade, como senti falta, luzes, a chuva refresca minha chegada, a música francesa no meu aparelho de som é nostálgica, essa cidade está mais bonita, mais festiva. Goiânia é a mesma, eu é que mudei. Voltei.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O LADO HUMANO DO REEDUCANDO

Uma bíblia nas mãos, um olhar de piedade, vejo a humildade em seu jeito, sua fala mansa e tranquila me faz sonhar com uma humanidade de verdade, sua disposição e trabalho é de admirar, ele tem um semblante alegre, mas as vezes percebo um toque de melancolia em seu rosto, sua vida não deve ter sido fácil, a vida de todos nós é difícil, viver é uma luta constante, a morte uma recompensa. Um coral angelical parece sair daquelas grades, um toque infernal sai de suas gélidas estruras metálicas, uma benção faz todos pararem e meditar, o mundo gira, o caos navega em nossas almas, eles pensam se um dia irão sair, se irão retornar para os braços da malandragem, são pessoas condenadas, não pecaram,"apenas" roubaram, mataram, mentiram, fraudaram... O inferno não é para eles, a prisão sim.

Quando se faz o serviço de rua o policial tende a ter uma certa hostilidade em relação aos criminosos, o que pé até certo ponto normal, estão de lados opostos, por mais que o "tira" seja profissional não tem como não haver uma certa paixão em seus atos, em suas atitudes, pensamentos, já dentro de uma prisão é diferente, polícia e bandido continuam em lados diferentes, mas um lado mais humano parece existir, um diálogo maior surge na relação com o outro, o convívio mais próximo nos faz refletir sobre o lado emotivo, familiar, intensõs, a vida do criminoso deixa de ser apenas um mar de maldade e ele passa a ser mais um ser humano com seus amores, crenças, erros e crueldades, não deixa de ser criminoso, marginal, mas volta a ter uma certa qualidade enquanto ser, enquanto homem, mulher e jovem.


A romantização que a religião e os direitos humanos fazem em relação a esses criminosos é perigosa, um exagero toma contas de seus corações, porém algo tem que ser valorizado, eles contribuiram para uma humanização desses cumpridores de pena, todos nós sabemos que a estrutura penitenciária de nosso país não contribui em nada para a ressocialização do reenducando, além da questão pessoal e de caráter, pois é notório que a maioria desses transgressores da lei tem um certo desvio de caráter, não é só uma questão de oportunidade, necessicidade ou influência do meio que os levam para a criminalidade.

Saber distinguir uma certa humanização dos criminosos de uma romantização de sua imagem é preciso, devemos sair do maniqueísmo BEM X MAL e passarmos para uma consciência de justiça com seriedade, Estado forte e atuante, mas  pensando no lado humano desses homens e mulheres. Não é fácil, complexo e de um duro esforço de espírito, refletir sobre as mazalas da vida e agir para superá-las é assim, o viver em si é uma ousadia.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

PARA O ANÔNIMO QUE DEIXOU UM COMENTÁRIO

PARA VOCÊ ANÔNIMO, UMA COISA QUE TODO MUNDO QUE ME CONHECE E TRABALHA COMIGO JÁ SABE, MAS VOCÊ TEIMA EM ACHAR QUE É OUTRA COISA, DEIXEI UMA RESPOSTA NO COMENTÁRIO DO TEXTO TEXTO NA MADRUGADA, VOU POUPAR O LEITOR DESSE BLOG DE MAIS "TITITI" E PICUINHAS PESSOAIS. OBRIGADO.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

ADEUS ANTECIPADO

Uma explosão, um turbIlhão de cores, fogo, água, monstros ainda não criados, a vida surgindo no meio do nada, dInossauros, baleias, homens e mulheres, um carrocel cósmico, uma dança sem razão, uma abstração do caos, tudo rodeando um centro de gravidade, pirâmides, revoluções, comunismos, escravismos, uma viagem na década de setenta, um nascimento em oitenta e dois, um nascimento de um ser sem causa, um homem a espera de resposta, eu caminhando rumo ao nada, deslizando na eternidade, do meu nascimento até a confecção desse texto tudo girou, mudou, contemplou, tudo inclui o vazio e a esperança, minha vida em uma caixa cheia de supresa, angustia, ansiedade, paixão e espectativa, nos últimos dias traço com cores fortes as tonalidades de mina existência, estou prestes a abandonar o barco, estou prestes a voltar para Goiânia, foi um ano de espera, agora falta mais ou menos duas semanas, a falta de exatidão sempre fez parte de minha vida.

Estou indo embora de Sodoma e Gomorra, alguns chamam de Porangatu, eu chamo como eu quiser, o texto é meu, é de quem lê, é de quem critica, é de quem interpreta, é do tolo, do arrogante, do messias, do ateu, do pornográfico e do judeu, é de todos que leem essa bagaça, essa história feita de graça e sem juros, esse texto é um desabafo, uma hermenêutica do espaço, um retrato do descaso, uma paixão humana, uma interpretação pacional de um cara de óculos e cheio de saudade. Estou quase indo embora, deixo para traz saudade, beijos, orgasmo, amizades, algumas desgraças, algumas pirraças, tudo cheio de muito expectativa, o futuro e a ansdiedade podem nos trazer a frustração, a emoção, o prazer e a danação. Deixo uma vida intensa, vitórias profissionais, ganhos humanos, pessoas inesquecíveis, amigos para toda a vida, deixo um rastro de indecencia, gosto de mel, fel e sexo pelo meu rastro, marquei minha vida e ela marcou aquela cidade, anérgica, fantasma, me deu muita alegria, muito prazer e muita raiva, tudo é válido, só me arrependo do que não fiz, da carne que não comi, da boca que não beijei, me arrependo de não ter escrito antes, o resto é pura beleza e encanto.

Já posso ver a estrada, a placa com o nome da cidade ficando no horizonte, a marcação da rodovia passando por debaixo do carro, as árvores em movimento, vertigem, a emoção de estar cada vez mais perto do meu aconchego, alucinações, vibrações, uma avalanche de pensamentos, uma consciência em chamas, somente mais duas semanas e estarei longe de tudo isso, no fundo sentirei um pouco de saudade, mas sentirei muito mais alívio, será uma nova jornada rumo ao âmago do humano, deixarei para traz algumas conquistas, esperiências de vida, decepções e frustrações, pessoas queridas, marginais e vadias, como é belo escrever durante o calor, a sede me maltrata, a imaginação embaralha, já posso ver a estrada, a fuga desse mundo onde vivo, adeus antecipado, a fuga já está planejada.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

PUTAS TAMBÉM CHORAM

Me lembro com uma certa nostalgia grotesca do dia em que cheguei naquela cidade (Porangatu), quente como um vulcão, feia como a fome, fui a trabalho, lá ficaria um bom tempo, a ansiedade na chegada, a decepção logo de cara, mudar de cidade não é fácil, no fundo viver não é fácil, respirar é uma odisséia. No início não se tem amigos, sozinho tive que me aventurar pelas noites no meu antigo clio preto, eu depois o batizei carinhosamente de corvo movel, ele não me pertence mais, assim como os sonhos, a fé e as crença no futuro socialista e no papai Noel. Pela noite eu caminhava em busca de companhia, logo na primeira semana conheci aquela jovem, pele morena, conversa estranha, não me importei, estava atrás apenas de sexo e alguma diversão, não transamos na primeira noite, mas depois fluiu como um encanto, ela era demais, eu a vi algumas vezes depois, faz tempo que não tenho notícias dela, mas o importante é que foi naquela noite que conheci sua amiga, uma prostituta, ela se tornou uma pessoa com quem conversar, chegamos a ter alguns encontros, pensei que era apenas prazer, pelo menos para mim foi, assim é que nos enganamos, no fundo nunca entendi as mulheres, incógnitas do universo, beleza sem tamanho.

A chuva não esfriou essa cidade, o barulho do ventilador se mistura a música erudita que sai do meu computador, as batidas das teclas são sons que se espalham pela sala, o cheiro de sacanagem e arroz ainda passam pelas minhas narinas, a possibilidade de felicidade nos mantém vivos, ela vivia como queria, nunca fomos amigos, ela talvez achasse que fóssemos, no fundo acho que só me aproveitei dela, meia culpa, é difícil falar sobre os próprios erros, tive pequenos momentos de canalhice, nunca quis ofendê-la, eté tinha uma certa consideração por ela,. ela era bacana, gostava de conversar com essa mulher.

Uma festa, eu já estva enturmado, já tinha amigos, me acostumei com o trabalho, cheguei a gostar por pouco tempo daquela desgraçada cidade, som estrondante, pessoas provocantes, ela estava lá, tinha vindo do seu trabalho, entre alguns beijos e danças com nossos corpos colados bebíamos cerveja e respirávamos o ar da luxúria e da inocência, acabou a festa, hora de ir embora, vejo uma linda menina loira, conhecia de vista, queria apenas saber o nome dela, perguntei para minha colega, ficante e amante casual, ela se ofende e me xinga, continuamos a anadar, acho ela estranha, olho com calma e vejo algumas lágrimas a rolarem pelo seu rosto, no carro o silêncio, fico sem palavras, transamos naquele dia, fiquei triste por vê-la triste, putas também choram, todos tem esse direito, em Porangatu percebi isso. Faz tempo que não a vejo, um amigo meu durante um tempo manteve um relacionamento com ela, ele chegou a gostar dela, eram quase namorados, eu apenas queria uma pessoa para conversar e transar. Sempre que estou triste e sem graça me lembro daquela cena, as lágrimas, assim como aquela garota de programa todos nós choramos, mesmo um coração de pedra machista e sem fé como eu. A transcendência do sentimento em minha mente eloquente ganha força com reminiscências como essa.

domingo, 28 de novembro de 2010

SEXO CASUAL

O tempo nublado não esconde o calor, abafado e desnecessário o ar quente penetra em meus poros, embala minha alma rumo ao inferno, os sonhos dão um tom angelical ao meu existir nesse domingo, a música tema dos filmes O HOMEM ELEFANTE e PLATTON embala a trilha do meu dia, estou feliz apesar da vontade de fugir dessa cidade e voltar para o meu aconchego, porém há motivos de sorrisos descomprometidos e gargalhadas de prazer, assim é a vida e sua louca e sem explicação caminhada. Entre músicas da banda de Wagner Moura- SUA MÃE- , filmes e saídas para bares vou levando esse final de semana, entre uma atividade e outra tem os memonetos de pausa, reflexão e preguiça, como é gostosao mergulhar no mar de tranquilidade de pensamentos sombrios, raios de luz de ideias maduras, gostosuras de uma mente em efervescencia, magnificência de um ser entre o soberbo e o estúpido.

As séries de televisão tem seu valor, já tive muito preconceito em relação a elas, mas me lembro sempre que elas fizeram parte de minha formação cultural, séries como JORNADA NAS ESTRELAS são parte de minha bagagem e infância, nesse final de semana arrisquei assistir ao primeiro episódio de um seriado chamado Californication, gostei do que vi, simples e sem rodeios, cenas ousadas, sexo, polêmica, a história de um escritor em crise que só conseguiu escrever um livro de sucesso e agora não consegue retomar sua atividade literária, ele tmabém tem uma relação estranha com a filha de doze anos e quer voltar com sua ex esposa, mas o que interessa aqui nesse texto é a relação do protagonista com o sexo, ele transa com qualquer mulher que lhe dê moral, sexo casual, isso me chamou a atenção, as pessoas dizem que apenas os homens fazem sexo por prazer e as mulheres por amor, mentira! Todos fazem por prazer, sexo é isso, animalesco, prazeroso, o amor pode se juntar ao sexo, mas o sexo não necessita do amor, pelo contrário. Como solteiro tenho muito sexo casual, não sou adepto dos relacionamentos fixos, pelo menos tive poucos até hoje, a maioria das vezes que tive relações sexuais foram casuais, nada de amor, paixão, apesar que algumas teve paixão, em umas duas amor, mas no geral é apenas o prazer momentâneo, me lembro de uma investida sexual, não me lembro o nome da mulher com quem transei, isso é rotina para a maioria dos solteiros hoje em dia, é a cultura do "ficar". Seria bacana poder ter sexo e amor com a mesma pessoa, porém como não se tem relações duradouras ou fixas diariamente as pessoas acabam tendo relações dinâmicas e passageiras, sem amor ou paixão, apenas divertimento momentâneo, eu como um bom solteiro estou nesse grupo que sonha em um futuro se estabelecer  numa relação bacana com paixão, amor e amizade e sexo com  apenas um parceiro ou parceira, mas que não acha ruim a situação de aventura sexual na qual nos encontramos.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

TEXTO NA MADRUGADA

A bebida desce suave por minha garganta, faz travessuras em minha boca, deixa um sabor leve de entorpecimento e esquecimento, depois de uma noite regada a cerveveja com sexo casual, conversas descomprometidas e risadas sem sensura passo uma madrugada sem sono, sem lei, sem causa, sou mais um vampiro depois da mordida fatal, depois do gozo sensual, tenho insônia as vezes, as vezes penso que vivo, a morte deve ser um sonho também.

A música em francês me leva a nostalgia, ela é da década de sessenta, fala de amor, dor, fatalidade, penso na noite que ainda não acabou, na bebida que me fez ficar tonto, pensar coisas absurdas, dizer palavras sem nexo, piadas sem cabimento, transar sob o efeito do ácool é ainda mais psicodélico, o esperma escorrendo pelo canto da boca da moça, seus gemidos de prazer, seu corpo se desmanchando em lindas nuvens de tesão. Mesmo tendo felicidade no ato, sensação de calma depois da farra e minutos de descontração na conversa embriagado ainda tenho resquícios de melancolia na memória, tenho um fardo pesado para carregar, minha existência é algo difícil.

O cristianismos tem a mania de tornar as pessoas carneirinhos, coitadas e vítimas, não sou um coitado ou vítima, sou dono do meu destino, responsável por meus atos, arrogante as vezes, nos últimos dias vi minha fama de estrovertido, legal e sociável ser deturpada por problemas profissionais, deixei um departamento por motivos pessoais, não sou máquina e nem obrigado a trabalhar com uma pessoa com características psicopatas  e que não se sociabiliza mais com ninguém, por causda disso algumas pessoas me acharam irresponsável, rancoroso e não profissional, quem me conhece e sabe minha história sabe que não é bem isso, todos que me acompanharam de perto me apoiam e sabem que apesar de não ser vítima sou mal interpretado, escrevo tudo isso depois de uma noite de bebidas , sexo, alegria e muita risada, mesmo assim antes de dormir penso com melancolia sobre o fato, a insônia me obriga a refletir sobre meus dias  e sobre minha caminhada nesse mundo, a consciência é um mal que aflora em minha ansiedade e angustia, sou tragado por esse monstro. As lembranças, do entorpecimento, dos gritos de prazer, do esperma escorrendo depois do sexo oral se misturam com minhas desventuras amorosas, amizades perdidas, profissão em declínio, sou mais um louco tentando enterder o mundo, esse ser sem explicação, o caos é que reina, o acaso me levou a existir.A madrugada não termina, tenho que trabalhar daqui a três horas, fim de mais um texto, mas ainda respiro, isso não é necessariamente um motivo de alegria, as lembranças das risadas me alegram, o bar toma uma forma de templo, a vida é mesmo passageira, assim como a alegria dessa noite e a melancolia desse texto escrito na madrugada.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

PERDA DE TEMPO

O gosto da cerveja desce junto com o gelo pela minha garganta, penetra em minha sensibilidade, aflora meus sonhos, entorpecido paro e penso na vida, ela não merece tanto exagero, me lembro do meu dia de serviço, aquele senhor sem camisa, pele enrugada e rosto alegre, ele acha graça dessa desgraça, dessa existência sem lógica, eu admiro esse homem, bebo mais um gole da cerveja, ele acha sentido na vida, provavelmente é cristão, idolatra o perdão e a penitência, acha que irá para um paraíso, amém. Escrever coisas simples e sem muito atrativo talvez seja perda de tempo, duvidar, refletir, cantar, gozar, talvez viver seja perda de tempo, mas parar de perder tempo seria a morte, o fim, isso não corresponde aos meus anseios, não sou um arauto da felicidade, porém não sou tão pessimista assim, acredito no realismo, as possibilidades, morrer não é a saída, viver é ter coragem, vou pensando nisso no embalo das músicas de Piazzola, seu tango mescla o romantismo, a dor, a flor, o encanto, a beleza, a melancolia da existência, respirar já é um sacrifício, sonhar e ter que acordar é mais difícil ainda, aquele senhor sem camisa e de pele enrugada parece não se preocupar com isso, para ele não deve ser perda de tempo escrever, ele não escreve, ele vive, eu vivo, escrevo e perdo tempo, tempo perdido, vida ganha, exagero a parte, sou mais um andando na contramão, fruto do pecado em um mundo sem religião, ganho mais um dia de vida, isso não é motivo para ter esperanças, tempo, pausa para reflexão.

Brega, atômico, envolvente, sacana, a música é um movimento em torno da alma humana, um mergulho no âmago desse ser que ama, duvida, trabalha, chora, reclama, sorri e espanca a saudade em seu coração em guerra, em paz, contemplação, ação, contradição, é perda de tempo pensar sobre isso, escrever é mais uma desculpa para a falta de tempo nesse mundo caótico, sem vergonha, violento, romântico, abro as portas da consciência e deixo a desmotivação passar junto da alegria de viver, cores fortes ao encontro do preto e branco, o cinza brilha no céu ao lado de estrelas de fogo, o raio que desce em dias de chuva cai duas vezes no mesmo lugar, rotina, mas há motivos para perder mais tempo nesse mundo, continuar vivendo até a morte nos pegar nessa sala de espera que é a vida, contagem regressiva para o fim, aproveita-se o momento, perde-se tempo com esse existir violento e em paz reflito com calma sobre esse caminhar sobre a terra, o tempo passa, eu o vejo pela janela, é perda de tempo escrever sobre isso, vou perdendo tempo, viver é uma perda de tempo constante, vou dar um ponto final nesse texto e arrumar mais tempo para escrever outro.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

TRAIÇÃO

Domingo é um dia que me inspira preguiça, psicologicamente sou jogado em uma arena onde luto com a energia, disposição e aventura, mas quem ganha é o marasmo, a monotonia e falta de coragem, sou taragado pela inércia, pela falta de espectativa, domingo é um dia propício a procurar visitar amigos, familiares, de preferência no horário do almoço, sim eu sou um pouco folgado, mas são poucas as vezes que faço isso, saí de casa e fui almoçar sem ser convidado na casa de uma amiga, ela não estava, mas eu sabia que ela poderia estar na casa de uma amiga nossa, fui para lá, chegando lá fiquei para o almoço, o namorado da dona da casa chega, é meu amigo também, conversamos, de cinema a infância dos anos oitenta passando por assuntos como violência, cultura, concursos públicos, tudo é motivo de análise e compreensão. O assunto não para, comemos e continuamos a conversa, como o domingo ficou dinâmico, nem acreditava, no meio do vasto repertório de nossa conversa veio a tona a questão da traição, tão falado em programas vespertinos de baixo nível, novelas , filmes , literatura, cinema, é um dos principais temas da humanidade, além de delicado para alguns. A traição passa por diversos prismas, sexual, amoroso, amizade, a confiança ou perda dela, mas o que mais me chamou a atenção foi o "estudo" de casos concretos onde a pessoa traída sabe de tudo , mas mesmo assim continua com o parceiro ou parceira, o que leva uma pessoa a continuar com o outra mesmo sendo traído ou traída?

A traição parece ser algo relativo, tem gente que não vê com indignação o fato do parceiro ficar com outra pessoa, a uma separação do sexual e do amoroso nesses casos, porém pode haver um envolvimento amoroso e ai está o problema, tem gente que não liga,por fraqueza, dependência, ou amor demais, talvés tudo junto em um mesmo complexo, a sociedade condena a traição, tem pessoas que convivem bem com ela e são até felizes, algumas se humilham, há quem chega a ser trocado por outra pessoa e não consegue esquecer o amodo ou amada e acaba propondo ser amante do ex, pode parecer humilhação, mas para algumas pessoas isso é normal, elas não consegue se desfazer do outro.

A traição pode ser apenas sexual, pode também passar por um prisma amoroso, nesse caso corre-se o risco do fim do relacionamento, já que o traidor está amando seu amante, em todo caso não é fácil lidar com isso, essa questão pode piorar quando no envolvimento há a questão da amizade, pessoas muito próximas, o problema aqui não está na condenação da sociedade, mas sim na questão da felicidade, se isso traz tristeza e dor para a pessoa é um problema, se não, tenta-se de conviver com o julgamento social, cada um vive como quer e escolhe. Dentro dos casos concretos comentados havia o de um homem que não abandonava sua esposa mesmo sabendo que ela o traia, ele chegou ao ponto de romper com a família por causa dela, havia o caso da moça que queria ser amante do ex que a traiu e a abandonou, ela havia traído o namorado com outro e comentava tudo com esse ex, com quem ela queria manter um relaxcionamento mesmo sabendo que ele estava namorando outra. Todos os casos revelam uma faceta diferente e uma forma de se relacionar com a traição.

Falando em um assunto como essse me pergunto, será a religião conservadora e arcaica por defender a fidelidade? Bem, eu não sou religioso, sou ateu, quem me conhece sabe de meus posicionamentos frente ao divino, mágico e transcendental, porém sou contra a traição em um relaciomento onde ambos queiram construir uma vida juntos, não vou ser hipócrita, já trai e fui traido, a vida é assim, não me arrependo do que fiz, tenho consciência de meus erros e soube a hora certa de pular fora do relacionamento onde eu via que eu não era respeitado, não vou dar lições de moral, falar que é coisa do demônio ou que as pessoas que traem são erradas, cada um tem consciência do que é certo ou errado, o próprio indivíduo é quem deve se julgar, as pessoas são livres para viver como queiram, eu escolhi viver da forma que eu descrevo aqui nesse blog, alguns acham isso conservadorismo, outros apoiam, o importante é que sempre estamos a procura da felicidade, mesmo sabendo que nunca seremos felizes, no máximo estaremos felizes por alguns instantes, pois a felicidade é passageira assim como a tristeza, a dor e a vida.

sábado, 6 de novembro de 2010

NA ILHA

No seriado cult chamado LOST algumas pessoas vão parar misteriosamente em um ilha, nessa ilha não há como sair, nela elas vão encarar seus medos, passado, vão ser testados e procurar qual o sentido de suas vidas e o por que delas estarem naquela ilha, as vezes me sinto nessa ilha, perdido na vida procurando um sentido, o chão parece sair e dar lugar a um abismo, caio nele sem para quedas, sem segurança, não tenho medo, tenho angustia, viver é um absurdo tão grande quanto o céu, vou vivendo perdido na ilha procurando uma saída, nesse processo vou me descobrindo, quanto mais sei de mim mais perdido fico. A morte aparece como salvação, mas no fundo não queremos ser salvos, na vida isso não existe, a religião tem um discurso de que a vida é cheia de pecados, a vida não é um reduto pecaminoso, um monstro , uma prisão da qual precisamos ser salvos, ela é apenas um acaso no qual caimos sem pedir, sem pensar, na vida não há desculpas ou perdão, fazemos o que queremos, desejamos ou achamos que é o certo, somos conscientes dos nossos atos, de nossas omissões, traições, paixões, aventuras, amores, dores, nossas escolhas, somos frutos dos caminhos que nós mesmos escolhemos, mesmo nos sentindo perdidos na ilha.

Escrevendo esse pequeno texto eu poderia imaginar uma cena violenta, corpos cheios de vermes devorando a carne podre, sexo, um pênis jorrando sêmem em uma boca, uma vagina molhada sendo penetrada, poderia imaginar um cérebro espalhado com muito sangue sobre uma calçada, guerras, corpos sendo queimados, estupros, crianças com fome, amores, beijos românticos, mas o que me vem a mente é um velório, pessoas tristes olhando para um caixão, velas, algumas rezas e orações, lágrimas percorrendo rostos, saudade antecipada, frustração, a cena é melancólica, sem explicação, penso nela de forma genérica, não é um velório específico, a morte tem esse poder sobre minha imaginação, na ilha onde estamos perdidos a morte tem um peso importante, é o fim, para alguns um recomeço, ela dá um certo charme a vida, sem a morte não haveria momentos intensos, tudo seria chato, aproveitamos os momentos por que eles são rápidos, passageiros, a vida só nos dá uma chance, depois é tarde demais, algumas pessoas jogam fora as oportunidades e depois ficam se lamentando, arrependidas, até pedem perdão, é tarde demais, a vida passa rápido, furacão, ainda preso na ilha, respiro o ar de aventura, mistério, somos curiosidades com pernas, queremos chegar ao fundo, saber de tudo, a revelação nos mostra que há mais dúvida do que explicações, assim caminha nosso mundo.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

NAS RUAS NA NOITE DE GOIÂNIA

Muita coisa mudou nesse ano, mas a beleza,o romantismo e o mistério ainda estão presentes na noite goianiense,adoro sair pelas ruas a noite em Goiânia,elas são um reduto de nostalgia, marginalidade e beleza, a escuridão guarda segredos, revela pessoas perdidas em seus encantos, sujeira, romance, uma contradição que penetra nos corações humanos, sinto isso pulsar mais forte agora que estou longe do meu aconchego, morando no norte do estado em um lugar onde não vejo mais a alegria penetrar em minha consciência, aqui nessa capital de memória efervescente e lembranças que me emocionam, entristecem e alegram sou mais um humano, esquecido, não sou reconhecido pela multidão, sinto falta disso, passar despercebido, como é bom ser um ser sem identificação.

Depois de assistir a um filme no cinema fico com lágrimas escondidas no inconsciente, o novo filme do Arnaldo Jabor é uma odisseia dançante, musical e colorida sobre a juventude e a descoberta da vida com suas dores e felicidade, A SUPREMA FELICIDADE é um filme que nos mostra que devemos aceitar a vida como ela é, os conflitos familiares e amorosos, a figura do simpático e sábio avô boêmio, tudo isso me levou a mergulhar novamente na noite atrás de amor, encanto, sexo e aventura, achei sexo, amor somente em minha imaginação, o amor decepciona, o sexo dificilmente, mulheres em bares, prostitutas, bebidas geladas, distâncias percorridas, sou novamente um herói das madrugadas, adorei reviver esses momentos em minha cidade, cada dia que passa  acho que está mais próximo minha volta a Goiânia, essa efervescência cultural.

Depois de uma retomada em minha vida continuo me envolvendo com pessoas complicadas, ainda sou um cara que sinto atração por problemas, ela é complicada, não a culpa, viver é complicado, seus cabelos negros, sua pele clara, seu jeito ainda jovem de encarar o mundo, quem nunca pensou em dar  um fim na existência? Eu já, mas somente os corajosos continuam nessa marcha sem fim, carregando esse fardo pesado vou sobrevivendo, enganando meu sofrimento, sorrisos disfarçam bem nossa melancolia, as pessoas não são felizes, elas estão felizes, tudo é momentâneo, passageiro, a alegria, a tristeza, a felicidade, mesmo a vida é algo que passa rápido, nesse fim de semana em Goiânia percorrendo suas ruas a noite sou um romântico que sorrio para a vida e tenho a esperança de voltar a correr nessas pistas, em quanto isso não chega vou vivendo, refletindo, amando, gozando, sofrendo as desventuras do ser, escrevendo minhas angustias, alegrias, sou um ser solto no espaço de minha imaginação, sonho, canção, canto uma celebração a vida.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

COMPREENSÃO

A compreensão é uma palavra muito usada pelos estudiosos da área de humanas, tentar chegar perto da motivação de um ato, de uma pessoa é um passo para podermos entender e interpretar situações, vidas, atitudes, nosso cotidiano é feito de interpretações, o mundo é um contexto, todo contexto é lido como um texto, analisado e interpretado, somente interpretando podemos "tentar" compreender as ações humanas, viver é interpretar, compreender, isso se dá através da consciência, ela nos mostra o mundo, a nossa relação com o mundo nos faz tomar ciência dele, interpretamos, analisamos, criamos, sonhamos, imaginamos, a realidade existe enquanto mundo imaginado.

A arte é um dos caminho mais interessantes para a compreensão do humano, a filosofia, e a ciência tem um valor inestimável nesse processo, porém é a arte que nos proporciona uma visão mais ampla, bela, profunda, com uma interpretação mais livre, mais subjetiva, ela é um caminho para o conhecimento através do entretenimento, estética, interpretação do que há de mais profundo no ser humano, suas angustias, sonhos, aventuras, pesadelos, horror, amor, dor, beleza, ela é o universo preso em um corpo, um movimento de contemplação. A arte é a forma mais eficaz de compreensão, ela nos dá uma visão menos didática, menos amarrada a teorias ou presa a "escolas".

Viver e não interpretar o mundo, as pessoas e suas motivações não é viver, passar por esse mundo sem duvidar, refletir e compreender é ser um vegetal com pernas, sou uma dúvida ambulante, tenho como principal problema minha própria existência, meu existir, viver, meu caminhar nessa terra é objeto de minhas angustias, geralmente sem respostas, minha convivência com as outras pessoas me leva a necessidade de compreendê-las, vejo uma nuvem em meus olhos, quero retirá-la, quero chegar o mais próximo possível da psicologia desses seres que passeiam pelo planeta, interpretar esse texto chamado vida é um milagre sem deus, tenho curiosidade, entender o que se passa nas intenções de um traficante, de um militante político, de uma mulher traída, de um homem sem lar, uma pessoa que fica bisbilhotando o orkut de seu ex depois que terminam, entender a raiva de crianças, os motivos de revoluções, isso é um processo, uma atitude de se desprender de preconceitos e mergulhar nas inteções de todos esses humanos, um esforço, uma ação rumo ao entendimento, ao consenso, uma vida com menos conflito, com mais diálogo, interpretar e entender o outro é uma atitude não só teórica, mas também prática de convivência, sem compreensão só nos resta a barbárie da ignorância.

domingo, 24 de outubro de 2010

UM CONTO QUE FARÁ PARTE DO MEU SEGUNDO LIVRO

                                        DEPOIS DAQUELA NOITE NO PARQUE



Banho demorado, perfume, nó na gravata, terno novo, sapato brilhando, vida em efervescência, memória alucinante, espectativa, o futuro é uma luz para a felicidade., ansiedade cresente, ele está eufórico, a vida nos deixa assim, alegres, bobos e depois fodidos, ele não se importa, apenas quer sair rápido de casa e ir ao encontro de um mundo cheio de maravilhas e encantos. O carro entra no mundo, o asfalto acompanha seus sonhos, vai a algum lugar, chegará em brave ao fundo da mente do mundo. Sem avisar ele preperou uma surpresa que iria surpreender mais a ele do que a ela, entra devagar, quer passar despercebido, flores na mão e uma caixa com alianças no bolso, ele quer mesmo ser um noivo, uma proposta séria sobre o futuro do casal. Dentro da casa anda como se estivesse pisando em ovos, abre com carinho a porta do quarto, dois corpos em chama, loucura do prazer, ela sendo amada e beijando outro homem, na cama seus corpos se uniram, pareciam uma única pessoa, Carlos decepcionado com a vida olha sem palavras para aquela cena deslumbrante, sem argumentos, mudo como uma porta sai, ela tenta seguilo, emplora seu perdão, não adianta mais, um coração machucado caminha rumo ao carro, acelera para o fim do universo, quem sabe o que é capaz uma alma desesperada?

Uma casa de show, a entrada é um convite para magoados, ele não exita, dentro do ambiente de luxuria e prazer pede uma bebida, olha com raiva para seu reflexo no espelho, esta ali a imagem de um homem derrotado pela traição, ele não se perdoa, é o culpado por sua situação. Começa o show, belas morenas e loiras tiram a roupa em um balé sensual, dança excitante, caminho para fantasia, bebe como cavalo, seu corpo é movido a álcool, saindo dali vai até uma praça, marginais povoam aquele ambiente, ele é mais um desgraçado na humanidade, não se impota com seus companheiros da noite, mergulhado na melancolia o romantismo e o horror se misturam ao mistério, a dor, tudo embalado em um sonho da valsa que chammos de noite, a escuridão clareia os corações, o elipse mancha essa alucinação na cabelça de Carlos.

O que seria da paixão sem a dor, o amor é um caminho entre o fogo da paixão,a amizade e o carinho, a confiança passa por essa flor, deflorada estava a roseira de Carlos, sem mais aquele amor o que seria desse homem enamorado? Ao seu lado senta uma moça com olhos cheios de lágrimas, outro ser perdido na noite, fodido pelo destino mau pago, sem esperanças no correr das horas, outra pessoa que talvez estivesse no mesmo barco que ele, assim pensou Carlos.

"Qual seu nome?"

"Fernanda."

"Muito prazer, meu nome é carlos."

Assim se conhecem, ele fala de suas leituras, fã de teatro, ela gosta de sociologia, é uma intelectual politizada, Carlos tenta mostrar para ela as contradições inenrentes ao mundo, ela mostra a tentativa de acabar com as lutas de classes, debates fervorosos são travados entre aquelas duas criaturas. Sair dali e ir para um lugar mais seguro foi a idéia mais sensata que poderiam ter, vão até um bar na rua 3 no centro, lá vão continuar suas odisseias rumo ao pensamento humano, dentro da gravidade do momento, seriam cobaias de experiências espirituais, amigos do improvável, as solidões que preenchiam lugares em suas arquibancadas foram expulsas momentaneamente. Falaram sobre tudo o que podiam ter em comum, o que os deixavam tristes naquela noite foi explorado com cautela, constrangimento é a alma do negócio, ela fala de sua vida vazia, não há muita esperança para pessoas pessimistas como ela, ele fala de sua investidas sem sentido, um homem pós moderno e romântico que teria sua vida mudada naquele dia, os infernos pessoais são jogados na roda de discuções, comprrender o outro é um fascínio próprio dos seres humanos, tentativas frustradas de chegarem a acordos foram também testadas, os corações não explodem com qualquer fagulha.

Ele a chama para irem a outro lugar, ela topa, vão até a casa de Carlos, ele a leva para o recanto da intelectualidade, ela se afoga em livros descompromissados, faz análises da personalidade daquele homem, são farinha do mesmo saco, pessoas entregues ao caos e a falta de sentido da vida, eles tem consciência de suas limitações, que a consciência é o grande mau de nossas vidas, se fossem burros seriam mais felizes, a vida nos preaga peças, em alguns prega outras coisas, assim diz a lenda, assim escreve esse autor.

Um beijo, ela se envergonha, ele foi precipitado, ele sentiu atração por ela desde o início, quis afogar suas mágoas naquela boca, ela viu em princípio um homem triste, outro ser como ela, agora via um possível amor, uma paquera.A conversa não para, o tempo não para, o momento foge de suas mãos, estão perdidos naquela situação, tímida ela continua com seus olhar um pouco solto, um pouco sem graça, ele animado com uma nova chance bebe mais um pouco de vinho, ela bebe água, não gosta de álcool, somente Carlos se mistura ao encanto do entorpecimento.

Excitação, não demora muito para que Carlos tente ir além, já imagina aquele corpo nun em sua cama, ele tem um tesão imenso por aquela menina, ela não está afim, pelo menos não naquele momento, ele reclama, tenta, uma rápida loucura, ele vai ao encontro do problema, arranca com violência as roupas dela, penetra em seu fruto, chupa seu doce e goza em sua inocência, ela era virgem, agora é uma mulher estuprada, chorando sai da casa do romântico, do estuprador sem pudor e vai para longe de tudo isso.

O dia começa com a ressaca, com um violento arrependimento, é tarde, ele é preso, condenado vai para o lugar destinado a homens que cometem erros, na prisão não há pecado, tudo é liberado, seu corpo vira um parque de diversão nas mãos de outros detentos, sua boca engole todo o líguido que jorra daqueles pênis, ele é violentado com muita alegria por homens sem medo de viver, Carlos se torna amante de mais de quinze seres prontos para dar prazer.

Letícia continua sua vida, o estupro faz com que ela demore mais alguns anos a se entregar de novo a um homem, até que conhece Pedro, escritor de poemas e professor de matemática, ela continua com suas idéias revolucionárias, continua esperando um futuro, o sexo passa a ser um novo tema em sua vida, depois de Carlos ela tem que vencer o trauma, vencer a vida. Consegue com maestria burlar a memória e as lembranças grotescas.

Dois anos se passaram desede do último encontro entre Letícia e Carlos, ele está fora da prisão, livre com seus problemas, pronto para navegar no mar de desilusões, amores e paixões. Voltar ao trabalho não é fácil, tentar recomeçar também é um novo começo de aventuras e desastres, ele não foge a regra, sua vida já deu tanto orgasmo, tanta alegria e tanta dor que ele já não sabia o que mais pensar sobre ela. Enquanto não se decidia sobre o que fazer foi até ao parque onde conheceu Letícia tomar um sorvete, sentado em um banco olha para o lago, a tranquilidade e a contempalção tomam contam de seu ser, ele olha com saudade para aquele mundo que o rodeia, as nuvens, a água, o prazer de respirar, viver é uma arte, sobreviver uma ousadia, ele estava lá, ainda vivo, um corajoso, pois continuar a respirar é ter coragem, mas seu heroismo dura pouco, chegando em sua casa enrola uma corda em seu pescoço e a amarra bem alto, pula com a gravata da morte em seu corpo, deixa a vida e nenhuma tristeza nos corações dos que vivem, vai para o encontro do nada, deixa a existência.

Letícia lê o jornal, sem muita ansiedade passa seus olhos por notícias sem muito interesse, acaba achando uma pequena nota, um suicídio, é ele, não mostra reação, é mais um tolo que se mata, é mais um humano indecente que deixa a vida, ela não ficou alegre, não tomou um gole da água da tristeza, apenas sua indiferença se fez presente naquele momento.




terça-feira, 19 de outubro de 2010

ESCREVER É TERRÍVEL

Quando penso em escrever um texto nesse blog penso mo acaso, no caos, no desespero, o amor, a dor, horror, a alegria em momentos passageiros, a desventura, as desgraças, tudo o que está na corrida terrestre, na odisseia da existência e na monotonia de ser é repensado, interpretado e jogado aqui em mentiras, frases tímidas, desabafos sinceros, a falsidade eu deixo para outras pessoas que se adaptam melhor. Meus textos não são a verdade, a verdade em si que existe por si própria em um mundo ideal já não existe mais, não somos os homens saindo da caverna de platão, esse mundo não nos pertence, somos a dúvida pungente, a palavra sem a certeza, o absoluto derreteu, sorvete que não resistiu ao calor.
Vou poupar vocês leitores desavisados de propagandas, panfletagens, não vou ficar aqui dissertando sobre política, sobre meu pessimismo, minha fuga da esquerda, meu pé atrás com a direita, sou um realista, a política é um jogo de interesses, isso tem o lado negativo, corrupção, mas tem o lado positivo, a luta por melhorias em algumas classes, setores, mas falta mobilização, as pessoas ainda estão alienadas, palavra pesada e com gosto de ranço do marxismo, mas verdadeira.
Hoje não vou ficar cuspindo palavras bonitas, rosas literárias, poesias desnecessárias, clamar meu amor a existência, meu ódio ao destino, beleza íntima de rostos femininos, sexo agressivo, desentendimentos, as traições, angustias, melancolias, orgasmos e prazeres serão apenas breves lembranças, desejos e beijos.
O que proponho então? Quero apenas desabafar minha atual situação, minha dificuldade e insegurança, é duro admitir, mas tenho dificuldade em escrever, passar para a linguagem escrita o que sinto, penso, desejo, analiso, compreendo, não é fácil, sou persistente, vou ao encontro dos obstáculos, esse não é um texto de auto ajuda, didático e com finalidades cristãs, é apenas um texto, um desabafo, honesto, sincero e problemático de um ser solto no espaço, no acaso, na sacana e bem humorada desgraça de existir. A vida é o conjunto que engloba tudo que existe, o nada que era antes do existir, o que fazia Deus antes de criar tudo, no escuro, somente ele e a eternidade? Não há como pensar nesse filho da puta, ele é inimaginável, assim como eu, seu filho abismado, perplexo com a realidade, vivo de sonhos, sobrevivo de pirraça, não vou falar mau de pessoas desagradáveis, nesse momento penso nas loucuras, prazer, beijos, em Goiânia, minha saudade.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

FERIADO EM GOIÂNIA

O sonho acabou, não me lembro quem disse essa frase, salvo engano foi um dos Beatles, mas minha memória insana e indecente me deixe solto no universo caótico, ruinas somem e aprecem, pequenas e rápidas lembranaças percorrem meu intelecto. Ter consciência do mundo é uma maravilhosa desgraça, se eu fosse burro eu era mais feliz, não sou a melancolia com pernas, apenas não vejo tanta graça no mundo depois que percebi que ele é sem sentido, a tristeza, a dor, o amor, o prazer e todas as imagens, reportagens, histórias e maudades estão na bagagem existencial da vida, não há como negar nada, nem o próprio nada, pois estaremos negando essa louca e inconsequente vida, bandida gostosa, amor sem resposta.

O Sonho realmente acabou? Não, ele apenas ficou mais realista,menos utópico, somos cientes que tanto o otimismo quanto o pessimismo são respostas prováveis para o futuro por vir, não somos mais socialistas, progressistas, desgracistas, somos corredores sem motivos que paramos quando estamos cansados. O bom da vida e o mau estão na mesma viagem, não tenho raiva dela, nem idolatro, apenas vivo, aproveito meus miseráveis momentos, o tempo é vagabundo, pobre e "esculachado", nos engana, passa rápido enquanto o contemplamos, não gosto de olhar o relógio, ele é angustiante, maltrata minha ansiedade.


O sonho não acabou, mas minha alegria em viver em determinada cidade sim, não tenho mais motivos para achar que aquilo é bom, um lugar perdido no fim do estado, tenho uma claustrofobia crônica, psicodélica e chata quando estou lá, os finais de semana não tem mais cara de orgia, alegria ou encanto, são somentes dias, sem cores, cinzas como dias de chuva, nem a água hidrata mais minha pele seca de saudade. Enquanto escrevo essas breves linhas estou em Goiânia, meu aconchego, aqui topo com figuras excêntricas, mulheres bonitas, amigos perdidos, pessoas da época do teatro, da faculdade, da loucura, da sacanagem, da intelectualidade, revejo rostos, encontro novidades, acho graça do infernal trânsito, tenho saudade até do estresse, o shopping não é mais tão chato, tem um certo brilho, só o distanciamento nos faz sentir falta, as ruas a noite com seu romantismo, misterio, horror e marginalidade me encanto de verdade, sou mais um perdido na noite, encontrado nos dias que se anima com a vida.

Hoje é meu último dia na invertebrada cidade onde o Ahanguera tem morada, sou um suspiro de nostálgia, pronto para retornar ao mundo obscuro, lá pelo menos tem algo que gosto e que me faz muita falta nesse feriado, o trabalho, sinto falta de estar nas ruas atrás de bandidos. Tenho que finalisar, me despedir com palavras, minha volta aqui será em breve, não tenho intenções secundárias, não eternizarei minha angustia, o sonho não acabou, o terror e amor estão dando seus pulos, o metafísico é uma desculpa, o presente uma passagem rápida e intensa, se não há esperança já sabemos que temos que aproveitar o agora, não me arrpendo dos dias em branco, dos prantos, sorrisos inocentes, gargalhadas sacanas. É o fim? Não, apenas uma pausa para reflexão.

sábado, 2 de outubro de 2010

O PERDÃO E O CRISTIANISMO

                       "Love means never having to say you're sorry", "Amar é nunca ter que pedir perdão".                         ( Frase do filme Love Story).

O fluxo temporal desagua no anormal cair da noite da consciência, refletir sobre esse ser para morte é imaginar uma entidade orgânica com sentimentos, um animalesco lógico, uma intelectualidade irracional, o instinto nos poros, a razão nos promove, caminhar pela terra é ter consciência de nossa existência, a morte é só mais um detalhe, um intensificador que nos leva a aproveitar cada raro e passageiro momento. Mesmo sendo rara a vida é cheia de problemas, a falta deles é problemático, não há como negar a contradição, a dor, o amor, o rancor, a melancolia, a angustia e o prazer, tudo reunido na mesma gaiola azul, loucura do acaso, caos sem ordenamento, a falta de sentido da vida se esbarra no pensar religioso, na filosofia do amparo, somos orfãos a procura de um pai, seja Deus, o destino, o comunismo, não importa.
Como a vida parece desgovernada sem um capitão metafísico criamos lendas, mitos, deuses, as religiões surgem como sentido da vida, como uma seta apontada para a verdade que existe por si só, sem noção, ação, vontade ou interpretação. É nesse processo que surgem religiões como a cristão, com sua idéia de trindade, amor ao próximo, piedade, paraíso, inferno, criações transcendentais que nos leva a crer na existência desse ser, Jeová, Jesus, ou simplismente Deus.
Dentro da doutrina cristão é comum vermos falar do perdão, Jesus perdou os romanos que o crucificaram e pediu para seu pai os perdoarem também, dentro dessa perspectiva fica difícil pregar amor próprio e orgulho, já que esses muitas vezes vão contra o perdão, esse tipo de gente é taxada de rancorosa, pessoas que não conseguem perdoar, que guardam mágoa.
Acho hipocrisia falar que existe alguém que nunca desejou o mau para outro pessoa, em momentos de raiva isso é normal, ter raiva também é normal, isso pode se desdobrar em ódio e rancor, em situações imperdoáveis, nem sempre vai dar para desculpar, para perdoar, tem momentos que temos que ser firmes, o amor próprio passa por isso, a humildade é política, temos que saber o momento certo de usá-la, não nego, sou orgulhoso, não me humilho ou me rendo ao perdão, tenho amor próprio, tenho opinião, o cristianismo é interessante, não vou dizer que é uma coisa babaca, mas não sou adepto incondicional da sua doutrina, tenho limitações severas em relação a ela, primeiro vem meu bem estar, minha posição enquanto ser humano, depois penso se vale a pena me sujeitar a certas coisas. Ter orgulho e andar de cabeça erguida é uma posição nobre, não tenho a moral do escravo, não sou um capacho da moral e da ética reliogiosa, concordo que há pontos positivos nela, mas tem que ser relativisados.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Escrevendo um livro

O que leva uma pessoa a escrever? O amor,a dor, a preguiça, a desgraça, a falta de graça, fumaça do desespero, alegria infantil, sexo virtual, tesão e emoção, angustia existencial, grilo emocional, talvéz conspirasção do universo, destino mal traçado, falta do que fazer, amor e mágoa, riso de balburdia, pensamento primata, não sei, respostas não são meu forte, sou a dúvida com pernas, a angustia absurda, o caos da vida, o apocalipse do otimismo, a raiva da traição, o tesão e a emoção de domingos de chuva, maios sem noivas, a falta de sentido da vida. Não tenho respostas, tenho apenas perguntas a compartilhar, mas a vida e sua pressão me levam a escrever, sem um "por que" sou levado ao mundo das palavras soltas e sem verdades, a arquitetura literária, ao mundo fantástico, ao absursdo da existência, a beleza do grotesco, o horror e o temor são embalados na felicidade, o clamor por prazer e o desejo de viver em quanto a morte não me beija.
Escrever é amar, é odiar, é criar, mentir verdadeiramente, é realizar projetos instintivamente, é a lógica do irracional, o sexo transcendental, a metafísica do material, escrever é sonhar acordado, é analisar a sociedade, compreender os loucos, gritar com os animais, ensurdecer no silêncio, constrangimento indecente, olhar infernal.
Vou escrever menos nesse blog, não vou parar, vou apenas escrever um pouco menos, pois tenho um outro projeto, estou escrevendo um livro, uma mentira sensual sobre seres anormais, um grito de desespero desse ser para a morte que o autro que escreve para você agora, caro leitor continuarei a dar o meu melhor e dividir minhas dúvidas, angustias, alegrias e ilusões.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

pequeno texto angustiado

o suor escorre pelo corpo, labaredas de fogo parecem decer do ceú, seco e iluminado o clima desértico encobre toda a cidade, a garganta seca pede por água, os sonhos e alucinações me levam a terras gélidas ou a paraísos aquáticos, paixão vilolenta é essa pela angustia de viver, passamos a maior parte da vida angustiados, seja com a política, com a existência, com a liberdade ou com a falta de problemas, que por si só já é problemático, refletir sobre o mundo e sobre nós também nos angustia, seja em dias frios, quentes ou sem graça, o ruim não é ter dissabores, desventuras, dores e desgraças, mas sim ter consciência disso, a pior coisa que existe é a consciência, "a ignorância é uma delícia" como disse um dos personagens do filme Matrix.
Passar pelo mundo é interpretá-lo e sofrê-lo, isso mesmo, sofremos no mundo, recebemos o amor, a dor, a angustia, o prazer e a beleza de existir e morrer, passar pela odisséia terrestre é ter consciência de nossas limitações, culpas, sofrimentos, torturas, alegrias e tesão, a relação entre o ser e o mundo nos faz tomar conhecimento de nós e do universo, limitado e frágil é esse conhecimento, relativo e personalizado é a consciência, esse monstro individual gerado na coletividade, é por ela que temos nossa visão de mundo, nossa ignorância, nosso saber, nosso sofrer, amar no mar de ilusões qie é a representação da realidade gerada em nossas mentes, dementes, insanas e amantes, ter que raciocinar, mesmo que irracionalmente nos leva a angustia, ter consciência de nossa existência e nosso fim com a morte é isso, viver é doloroso, apesar da magia e beleza que há no mundo, nessa vida cheia de contradição e prazer.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

LUCIANA

Você diz que eu vivo te citando em meus textos, esse já vai ser o terceiro onde você não será parte integrande, o primeiro foi sobre minha saudade de Goiânia, o segundo foi sobre o filme "500 dias com ela", deixarei de lado essa pequena introdução e irei para o meu texto.
Ouvindo Across the Universe dos Beatles me sinto vagando pelo espaço sideral, sou um astronauta de mármore vagando por sonhos, solidão, nostalgia, progresso sem sentido, escuridão reflexiva, vejo o azul agonizante, esperança terrena, beleza humana, do espaço posso visualizar a desgraça humana, o encantamento artístico, ouço o silêncio que reina nesse salão sem oxigênio, sem encanto, sem religião, daqui posso sentir o nada e não vejo deus me recriminando, nem parísos metafísicos, sinto o calor se apagar no gélido hálito de romance que passa pelos meus olhos lacrimejantes de emoção ao notar minha solidão no espaço, reflito amargamente o doce da vida nesse momento e me lembro que estou no mundo de passagem.
Detalhes, pequenos, mas importantes detalhes são as lembranças, contemplando o infinito do universo nesse negro e tenebroso campo onde estou flutuando me lembro que a memória é feita mais de esquecimento do que de lembranças, mas no meio dessa brincadeira cósmica de lembrar e esquecer me recordo de passeios no zoológico, filmes no cinema, trepadas gostosas, fantasias realizadas, livros lidos, bebidas ingeridas, eu num táxi ouvindo scorpions, brinquedos infantis, mas é claro, não poderia deixar de mencionar aquele rosto branco, cabelos negros e olhos pequenos, sua voz some no tempo, lembro bem de seu sorrizo, do penteado, de sua calça amarela, do seu cachorro branco com bolas pretas e com nome de personagem de desenho animado, meus primeiros beijos, suspiros, sonhos e angustias amorosas, como não me lembrar dela, daquela criança que me fazia menos criança, porém mais tímido, época encantada e perdida no tempo que o vento levou e a saudade recordou. O nome é lindo como uma sinfonia, Luciana. Será onde está aquela branquela, nunca mais ouvi falar dela, não coloquei mais meus olhos sobre seu corpo, ouvi sua voz manhosa, será que está viva? Não ouso pensar na sua morte, mesmo sendo algo natural.
Volto minha imaginação para o deserto do espaço sideral, como no filme 2001 me sinto um feto azul e brilhante suspenso no universo, olho com ingenuidade para a desgraça, amor, guerra e violência, berro o apocalipse, grito de dor e prazer no infinito, mas pouco a pouco sou tomado pelas lembranças daquela época sem esperança, infância se perdendo, juventude efervescente, amores indescentes e ela lá, sorrindo, me beijando e sumindo no vendaval do tempo, presa em minhas lembranças, Luciana, onde andará você? Se não te ver mais, se não te ouvir mais, tenho a certeza que você também deve ter pensdado em mim e que não passo de uma leve e obscura lembrança.

domingo, 19 de setembro de 2010

500 DIAS COM ELA


Roteiros já batidos, histórias mais do que conhecidas, finais melosos e felizes, assim são a maioria das comédias românticas, gênero já desgastado, para alguns até ultrapassado como foi o caso do western, mas ele continua, tem sucesso comercial, muitos admiradores, porém a maioria das produções desse gênero são apenas réplicas de filmes já açucarados, fáceis e bregas, que fizeram sucesso e cairam no gosto popular. Sair do estabelecido, solidificado e cultuado é difícil, inovar é preciso, para isso talento, coragem e um pouco de ousadia são necessários e isso foi  usado pelo novato na direção Marc Webb no filme 500 dias com ela, pequena obra prima moderna que encanta, entristece e nos leva ao caótico, cruel e cômico jogo amoroso.
Um cara normal e pouco sedutor se apaixona por uma beldade, linda, simpática, isso pareece com um roteiro de filmes de sessão das tarde, mas não é,  Joseph Gordon-Levitt é Tom Hansen um arquiteto fracassado que trabalha em um escritório de cartões, ele escreve mensagens de amor, felicitações etc. Zooey Deschane é Summer Finn a nova secretaria do chefe de Tom, ele se apaixona logo de cara por ela e começa ai a odisséia amorosa de nosso anti-herói. O filme conta os 500 disas de relacionamento entre os protagonistas, as idas e vidas, o namoro, o relacionamento casual, a amizade e os períodos de separação, com inteligencia e ousadia o diretor nos coloca em um filme dinâmico onde a falta de linearidade é o carro chefe, o roteiro não segue a lógica dos dias, mas sim das emoções, das contradições, em uma cena temos uma briga, na outra temos o inicio do relacionamento, como num video clip somos jogados num turbilhão de emoção onde Tom se perde na tentativa de amar Summer. Os personagens são riquícimos, Summer é uma mulher forte e decidida, é ela que conduz o início o andamento e o fim do relacionamento, mas mesmo sendo assim ela também é vítima da falta de sentido da vida, ela é protagonista pela busca de felicidade em um mundo onde não conseguimos entender nossos relacionamento, Tom se esforça e desdobra em busca do amor de Summer, essa odisséia amorosa nos leva a momentos cômicos, dramáticos, a passeios musicais, a um filme humano que mostra dois seres em busca da felicidade, mas permeados pela melancolia de uma vida onde só nos resta sorrir para nossas desgraças.
Com uma trilha sonora fantástica onde músicas de Regina Spector, The Smiths e Hall & Oates embalam, encantam, emocionam e dão dinamicidade a cenas como a que Tom sai pela rua dançando, cumprimento pessoas e se depara com um pássaro- desenho animado-, cena mágica, fantasia sobre o êxtase, outro momento que merece destaque é onde Tom sobe as escadas do prédio de Summer para encontrá-la e vemos a tela dividida entre o que ele criou em suas expectativas otimistas e a "realidade". Esse filme é uma obra prima, cinema de diversão, reflexão e beleza, ousado, engraçado e emocionante sem ser lacrimogênico, uma visão sobre amor diferente, arte de qualidade, a vida com uma estética irreverente, um momento para nos deliciarmos com nossas próprias verdades.

DE VOLTA PARA O MEU ACONCHEGO



Cansado e mergulhado na contemplação volto de mais uma ida ao rio, depois de uma tarde prazerosa onde o sol escaldante e companhias agradáveis me deram mais um dia de prazer sobre essa terra tão cheia de desventuras, ao longo do caminho de volta viajo na atmosfera laranjada e no sol fonte dessa coloração cinematográfica, lembranças nostálgicas me chegam sem pedir licença e sou jogado no carrocel louco e sem juízo da memória a um passado poético e pouco sólido, vejo em minhas nostálgicas lembranças viagens de volta a Goiânia, me lembro quando viajava com meus pais para o interior e quando voltava dava de cara com essa cidade efervescente chamada Goiânia, brincadeiras, desenhos, virgindades perdidas, amores encantados, paixões recolhidas, prazeres atômicos, amizades de mentira, companheiros de verdade, verdadeiras fábricas de magia, um turbilhão de emoção, pensamentos sem noção, desesperos, identidade, pensar em sua cidade natal é um misto de horror e felicidade.
Pensar no impensável, sonhar com cheiros do passado, refletir sobre urbanidade forçada, mergulhar no sentimento de pertencimento imaginário, criações arbitrárias, sensações inconscientes, decisões libertárias, somos donos de nossas amargas, belas e sensatas loucuras do presente, assim como pelo passado tão encantado e cheio de problemas, bosques e tardes de domingos, cinema e fumaças cinzas, poluição amorosa, criações venenosas, ruas que passei, pessoas que beijei, escolas que ensinei, brigas que aprendi, dores do momento, paixões e tormentos, ideologias políticas radicais, otimismo perdido, tudo dentro da mesma urbanidade, nostálgica e cheia de saudades, assim me vejo frente a Goiânia, esse misto de horror e saudade, amor, mentira e prazeres impensados, talvés em um ano no máximo estarei de volta ao meu lar e ai eu possa dizer como Elba Ramalho: estou de volta para o meu aconchego.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

DÚVIDA E DESCONFIANÇA

Quando era criança ficava angustiado com minha presença no universo, achava estranho existir, me perguntava como era possível tamanha façanha, a resposta era sempre preenchida pela idéia de um ser supremo, um deus criador, eu logo era uma criatura, uma criação que respondia a um propósito. A vida adulta me retirou esse sonho mágico, esse encantamento e sentido de vida foi desconstruido, novas perspectivas foram se formando, não havia mais um sentido teleológico, religioso ou metafísico, aos poucos a política e a ciência foram ocupando esse espaço vazio, porém como tudo que já havia se dissolvido em minha consciência em metamorfose esses pilares da modernidade foram rompidos e em seu lugar veio o relativismo, a dúvida e a beleza da arte.
Não há como negar as ideologias, o papel da ciência e o raciocínio filosófico, a lógica e demais benécies da inteligência humana, mas o que há de mais elevado e humano é a arte, sua beleza, horror, amor, dor, sua visão sobre o que é a vida e o que não é, suas dúvidas, angustias e traços inconscientes, é um mergulho na alma humana, no pensar exagerado, no amar concentrado, no tesão impensado, na ira desfarsada, na metamorfose do grotesco e do desejo, o inimitável, imperdoável e impensável.
Pensar minha vida fora da arte é impossível, assim como pensar meu caminhar pela terra sem a dúvida, essa louca e importante mola que move o pensamento, a filosofia, a ciência, a religião e que nos angustia, é ela a responsável por nossa intelectualidade, irracionalidade, sem ela estaríamos adormecidos. Partindo da idéia que a dúvida é uma das coisas mais excenciais da vida humana chego em uma questão da minha personalidade, a confiança. Sempre tive dificuldade em confiar nas pessoas, trabalho em uma área onde a confiança é fundamental, ela pode salvar vidas, mas sempre fui desconfiado, nunca acreditei muito no ser humano, tive exemplos grotescos em minha família, acompanhei de perto o que a ingenuidade e excesso de confiança na humanidade faz, nem sempre é muito bonito o resultado, talvés está ai minha dificuldade em confiar e mais uma  vez cito aqui a dúvida, sempre duvido das pessoas, mesmo aquelas com caras sonsas, jeito quieto e olhar melancólico, não importa, sempre há espaço para a dúvida, confiar de imediato pode ser um preço caro de mais. Recentemente tive provas que minha posição é certa, pelo menos para mim, já que conheci uma pessoa que nunca deu mostras de ser o que realmente era, conhecia muito bem- o que passou a ser uma mentira- e achava que poderia confiar cegamente nela, mas por um pequeno e importante instante me lembrei de meu posicionamento e minha filosofia de vida, e a desconfiança e dúvida me "salvaram" novamente.
Como vermes roendo a carne podre da terra somos jogados na caoticidade da vida, mergulhados na falta de sentido e caminhando rumo ao nada da espectativa, sou forçado a me direcionar a arte, suas explicações sem noção, sua intenção sem razão, a pura emoção que me encanta em todos os momentos de minha existência e me faz aquentar a espera da morte, tormento da existência, a ciência, a política e a filosofia saiem correndo quando a luz da arte se aproxima ao lado da dúvia, esse encanto da "sapiencia" ao lado da desconfiança, essa soberba aparência da prudência, virtude humana.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

PEQUENO TEXTO SINCERO E SEM IMPORTÂNCIA

A traição é um tema dominante na literatura, no cinema e na televisão, como não se lembrar de Otelo de Shakespeare, Madame Bovary ou do filme Closer, a traição é uma das chagas da alma humana, tão presente em todas sociedades e épocas como o oxigênio, mas mesmo assim é recriminada. Dentro desse quadro tem uma lenda urbana do interior do Brasil sobre uma moça que foi traída e abandonada por seu namorado e logo em seguida começa um relacionamento com o amigo dele, ela nutre uma paixão pelo “ex” e deseja voltar com ele, nem que seja para fazer o papel de amante, mas se não bastasse isso ela traia o novo namorado e mentia diariamente, falsa, cínica e dissimulada ela não se contentava apenas com isso e começou também a falar para o ex sobre suas traições e como ela enganava o namorado, ela dividia com o antigo namorado todas suas aventuras e amores e compartilhava com ele seu prazer em trair. Menina dita tímida com olhos chorosos e que adora se desculpar e dar uma de vítima, diz a lenda que ela existiu em uma terra quente do interior do Brasil.