sábado, 2 de outubro de 2010

O PERDÃO E O CRISTIANISMO

                       "Love means never having to say you're sorry", "Amar é nunca ter que pedir perdão".                         ( Frase do filme Love Story).

O fluxo temporal desagua no anormal cair da noite da consciência, refletir sobre esse ser para morte é imaginar uma entidade orgânica com sentimentos, um animalesco lógico, uma intelectualidade irracional, o instinto nos poros, a razão nos promove, caminhar pela terra é ter consciência de nossa existência, a morte é só mais um detalhe, um intensificador que nos leva a aproveitar cada raro e passageiro momento. Mesmo sendo rara a vida é cheia de problemas, a falta deles é problemático, não há como negar a contradição, a dor, o amor, o rancor, a melancolia, a angustia e o prazer, tudo reunido na mesma gaiola azul, loucura do acaso, caos sem ordenamento, a falta de sentido da vida se esbarra no pensar religioso, na filosofia do amparo, somos orfãos a procura de um pai, seja Deus, o destino, o comunismo, não importa.
Como a vida parece desgovernada sem um capitão metafísico criamos lendas, mitos, deuses, as religiões surgem como sentido da vida, como uma seta apontada para a verdade que existe por si só, sem noção, ação, vontade ou interpretação. É nesse processo que surgem religiões como a cristão, com sua idéia de trindade, amor ao próximo, piedade, paraíso, inferno, criações transcendentais que nos leva a crer na existência desse ser, Jeová, Jesus, ou simplismente Deus.
Dentro da doutrina cristão é comum vermos falar do perdão, Jesus perdou os romanos que o crucificaram e pediu para seu pai os perdoarem também, dentro dessa perspectiva fica difícil pregar amor próprio e orgulho, já que esses muitas vezes vão contra o perdão, esse tipo de gente é taxada de rancorosa, pessoas que não conseguem perdoar, que guardam mágoa.
Acho hipocrisia falar que existe alguém que nunca desejou o mau para outro pessoa, em momentos de raiva isso é normal, ter raiva também é normal, isso pode se desdobrar em ódio e rancor, em situações imperdoáveis, nem sempre vai dar para desculpar, para perdoar, tem momentos que temos que ser firmes, o amor próprio passa por isso, a humildade é política, temos que saber o momento certo de usá-la, não nego, sou orgulhoso, não me humilho ou me rendo ao perdão, tenho amor próprio, tenho opinião, o cristianismo é interessante, não vou dizer que é uma coisa babaca, mas não sou adepto incondicional da sua doutrina, tenho limitações severas em relação a ela, primeiro vem meu bem estar, minha posição enquanto ser humano, depois penso se vale a pena me sujeitar a certas coisas. Ter orgulho e andar de cabeça erguida é uma posição nobre, não tenho a moral do escravo, não sou um capacho da moral e da ética reliogiosa, concordo que há pontos positivos nela, mas tem que ser relativisados.

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