quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

ADEUS ANTECIPADO

Uma explosão, um turbIlhão de cores, fogo, água, monstros ainda não criados, a vida surgindo no meio do nada, dInossauros, baleias, homens e mulheres, um carrocel cósmico, uma dança sem razão, uma abstração do caos, tudo rodeando um centro de gravidade, pirâmides, revoluções, comunismos, escravismos, uma viagem na década de setenta, um nascimento em oitenta e dois, um nascimento de um ser sem causa, um homem a espera de resposta, eu caminhando rumo ao nada, deslizando na eternidade, do meu nascimento até a confecção desse texto tudo girou, mudou, contemplou, tudo inclui o vazio e a esperança, minha vida em uma caixa cheia de supresa, angustia, ansiedade, paixão e espectativa, nos últimos dias traço com cores fortes as tonalidades de mina existência, estou prestes a abandonar o barco, estou prestes a voltar para Goiânia, foi um ano de espera, agora falta mais ou menos duas semanas, a falta de exatidão sempre fez parte de minha vida.

Estou indo embora de Sodoma e Gomorra, alguns chamam de Porangatu, eu chamo como eu quiser, o texto é meu, é de quem lê, é de quem critica, é de quem interpreta, é do tolo, do arrogante, do messias, do ateu, do pornográfico e do judeu, é de todos que leem essa bagaça, essa história feita de graça e sem juros, esse texto é um desabafo, uma hermenêutica do espaço, um retrato do descaso, uma paixão humana, uma interpretação pacional de um cara de óculos e cheio de saudade. Estou quase indo embora, deixo para traz saudade, beijos, orgasmo, amizades, algumas desgraças, algumas pirraças, tudo cheio de muito expectativa, o futuro e a ansdiedade podem nos trazer a frustração, a emoção, o prazer e a danação. Deixo uma vida intensa, vitórias profissionais, ganhos humanos, pessoas inesquecíveis, amigos para toda a vida, deixo um rastro de indecencia, gosto de mel, fel e sexo pelo meu rastro, marquei minha vida e ela marcou aquela cidade, anérgica, fantasma, me deu muita alegria, muito prazer e muita raiva, tudo é válido, só me arrependo do que não fiz, da carne que não comi, da boca que não beijei, me arrependo de não ter escrito antes, o resto é pura beleza e encanto.

Já posso ver a estrada, a placa com o nome da cidade ficando no horizonte, a marcação da rodovia passando por debaixo do carro, as árvores em movimento, vertigem, a emoção de estar cada vez mais perto do meu aconchego, alucinações, vibrações, uma avalanche de pensamentos, uma consciência em chamas, somente mais duas semanas e estarei longe de tudo isso, no fundo sentirei um pouco de saudade, mas sentirei muito mais alívio, será uma nova jornada rumo ao âmago do humano, deixarei para traz algumas conquistas, esperiências de vida, decepções e frustrações, pessoas queridas, marginais e vadias, como é belo escrever durante o calor, a sede me maltrata, a imaginação embaralha, já posso ver a estrada, a fuga desse mundo onde vivo, adeus antecipado, a fuga já está planejada.

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