quinta-feira, 23 de setembro de 2010

pequeno texto angustiado

o suor escorre pelo corpo, labaredas de fogo parecem decer do ceú, seco e iluminado o clima desértico encobre toda a cidade, a garganta seca pede por água, os sonhos e alucinações me levam a terras gélidas ou a paraísos aquáticos, paixão vilolenta é essa pela angustia de viver, passamos a maior parte da vida angustiados, seja com a política, com a existência, com a liberdade ou com a falta de problemas, que por si só já é problemático, refletir sobre o mundo e sobre nós também nos angustia, seja em dias frios, quentes ou sem graça, o ruim não é ter dissabores, desventuras, dores e desgraças, mas sim ter consciência disso, a pior coisa que existe é a consciência, "a ignorância é uma delícia" como disse um dos personagens do filme Matrix.
Passar pelo mundo é interpretá-lo e sofrê-lo, isso mesmo, sofremos no mundo, recebemos o amor, a dor, a angustia, o prazer e a beleza de existir e morrer, passar pela odisséia terrestre é ter consciência de nossas limitações, culpas, sofrimentos, torturas, alegrias e tesão, a relação entre o ser e o mundo nos faz tomar conhecimento de nós e do universo, limitado e frágil é esse conhecimento, relativo e personalizado é a consciência, esse monstro individual gerado na coletividade, é por ela que temos nossa visão de mundo, nossa ignorância, nosso saber, nosso sofrer, amar no mar de ilusões qie é a representação da realidade gerada em nossas mentes, dementes, insanas e amantes, ter que raciocinar, mesmo que irracionalmente nos leva a angustia, ter consciência de nossa existência e nosso fim com a morte é isso, viver é doloroso, apesar da magia e beleza que há no mundo, nessa vida cheia de contradição e prazer.

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