domingo, 29 de agosto de 2010

Reflexão, casais e questionamento

A existência é mesmo uma desculpa para a reflexão, existir é refletir, pensar sobre o amor, a dor, a paixão, a emoção, a tristeza, a incerteza, existir é sofrer, mergulhar no prazer, se entediar com o mundo e se arrastar como lesma rumo a morte, mas enquanto ela não chega só nos resta duvidar e refletir. Saio rumo ao diálogo com pessoas na noite, sentado em um bar me sinto no mar de tranquilidade, a monotonia tem lugar ao lado da descontração, da emoção de estar ao lado de alguém, conversas, beijos, minutos de silêncio constrangedores, abafados por risos soltos, estou me sentindo menos anti-social. Perguntas, brincadeiras, balburdia verbal controlada, diálogos descomprometidos, assuntos sem profundidade, mas com a suavidade de um bom momento noturno, entre um papo e outro vejo uma observação, ela parece ser simples, porém me faz refletir mais um pouco sobre minha existência, uma das pessoas a mesa questiona se todos os casais que passam em carros em nossa frente são realmente felizes, será que não estão fingindo? Interessante o ponto de vista dessa jovem, pois no fundo não existem pessoas felizes ou tristes, mas sim pessoas que "estão" felizes ou tristes naquele momento, só que nesse caso podemos questionar, será se elas passam a maior parte do tempo felizes ou tristes? Complicado responder certas perguntas, aparentemente a maioria das pessoas são felizes, mas a vida é cheia de obstáculos, somo jogados em um redemoinho de emoções, ações, frustrações, ansiedades, paixões, raivas enlouquecidas, brigas banais, prazeres sensacionais, contraditoriamente vivemos em um caótico e descontrolado frenesi, a bola azul onde nós moramos é um círculo onde reina o improvável.
O ser humano no fundo é um ator no palco da vida, ele improvisa, interpreta papéis, não é de se estranhar que muitas pessoas finjam estar felizes,esse é o caso de muitos casais, manter as aparências parece ser mais fácil que resolver os problemas de fato, mentir para si mesmo é também uma forma de se machucar, mágoas contidas, tristezas encobertas, felicidades prometidas, como é cruel o jogo do amor em relacionamentos falsos, forçados e sem pudor. Não sou juiz para julgar essas pessoas, sabemos que é difícil viver, é uma arte que requer sensibilidade, maturidade e muita coragem, correr todos os ricos é tarefa de seres que existem e tem consciência disso. Não sou muito diferente da maioria dos seres humanos, porém nesse pequeno espaço de tempo em que escrevo esse texto tento refletir sobre as desventuras e angustias que nos engole, digere e apodrece.

sábado, 28 de agosto de 2010

O PODEROSO CHEFÃO

É comum fazermos listas e escolhermos os melhores filmes de todos os tempos, obras primas, clássicos obrigatórios, filmes que marcaram época, películas que nos encantaram ou marcaram nossas vidas, além desse grupo de obras fundamentais também é comum ser eleito o filme "mor", a obra prima por excelência, o maior filme de todos os tempos, para quem gosta de cinema não é novidade que na maioria das listas de críticos e cinéfilos o famigerado e idolatrado Cidadão Kane está em primeiro lugar, filme divisor de águas na história cinematográfica, ele revoluciona em enquadramentos, profundidade de campo, fotografia, roteiro crítico com utilização de flash back, esta obra é considerada a primeira do cinema moderno. Mas como estamos falando de arte o que vale não é somente dados técnicos e importância histórica, conta também aqui o gosto pessoal, a relação entre espectador e a obra, a emoção e o contentamento que o filme trás para quem assisti, dessa forma podemos ter em mente outros filmes além do Cidadão Kane como o "melhor", apesar de ser contra essa classificação, já que, para mim não existe o melhor, mas sim os melhores, porém como é hábito escolher uma única película como a "top" também tenho o meu filme preferido, o magistral e elegante O poderoso chefão.
O filme começa com um diálogo entre um dono de funerária e Don Corleone - vivido magistralmente por Malon Brando- a câmera sai do rosto do homem e vem caminhando lentamente para trás trazendo a imagem da sala escura, o colorido discreto e a imagem das costas de Don Corleone, sua voz baixa e fraca explode na tela com sua imagem contida e elegante, é o início de uma das maiores sagas do cinema, filme que conta a história de uma família de mafiosos descendentes de italianos e sua luta pela sobrevivência no mundo do crime, a ascensão do filho Michael- Al Pacino- um herói de guerra que não queria se misturar com os negócios da família, o desmebramento de uma família, uma história sanguinária, pomposa, repleta de personagens violentos, anti-heroís e uma narrativa envovente.
Os primeiros minutos de filme são soberbos, neles são mostrados cenas de um casamento da filha de Victor Corleone entrecortadas por entrevistas entre o Don e seus "afilhados" que vem até ele pedir "favores", como papéis em filmes, vingança, dinheiro e etc. Com cores vibrantes e diálogos magistrais somos jogados logo de cara em um magnífico filme, grande e encantador. A seguir temos o desenvolvimento da história com a recusa de Victor Corleone a participar da tráfico de drogas junto com  as outras "famílias" mafiosas, isto acaba lhe trazendo a inimizade de outros mafiosos e ele acaba sendo alvo de um atentado, moribundo no hospital ele é vingado por Michael, seu filho mais novo, que acaba tendo que ir morar na Itália, com a morte de seu irmão mais velho- Sony- Michael se vê obrigado a voltar para os EUA, com sua volta ele acaba se tornando o novo Don ou "padrinho" sendo aconselhado por seu pai e mantendo mão firmes sobre os negócios criminosos de sua família.
O PODEROSO CHEFÃO trás uma história épica violenta, mas tratada com elegância, com cenas monumentais como as da Sicilia onde Michael vai se refugiar ou a da morte de Sony, a beleza surge do vermelho do sangue, do rosa e amarelo de paisagens e cenários ricamente encantadores, a trilha de Nino Rota dá um tom empolgante e magnífico ao filme, destaque para o "tema de amor", música que não sai da cabeça de quem ouve, cenas polêmicas como a da cabeça de cavalo são produtos de uma mente brilhante como é a do diretor Francis Ford Coopola, responsável por essa obra prima e Mario Puzo, autor do livro que deu origem ao filme. Apesar da fotografia maravilhosamente bem tratada, dos enquadramentos que hora privilegiam lindos cenários, rostos e falas inesquecíveis, ou a contemplação de paisagens, é no conjunto da narrativa que mora o diferencial do filme, que nos faz amar, encantar e torcer por seres humanos tão cruéis, criminosos e contraditoriamente simpáticos. Outro ponto auto dessa película está nas interpretações, destaco aqui as de Al pacino, magistral como sempre, violento e cheio de paixão e Marlon Brando que revoluciona com seu personagem carismático com voz macia e gestos contidos, o que o tornou o maior e mais conhecido personagem da história do cinema. Obra prima do cinema moderno que para mim é o "maior" filme de todos os tempos.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

FALTA DE TEMA, NOITE E ANSIEDADE

Já passa da meia noite, noite de sexta-feira,como é engraçado querer escrever um texto e não ter um tema em mente, escrever por escrever, apenas para passar o tempo ou atualizar o blog, penso nom meu dia, tensões amorososas, reconciliações estrondosas, cerveja com os amigos, nada disso se torna objeto de um texto. Acabei de ouvir menina veneno, todo o romantismo brega e barato dos anos 80 invadem meu coração, o exagero pomposo, a falta de pudor, passo para outra música, o progressico rock do pink floyd me contagia com a música comfortably numb, a sensação de anestesia, psicodelia, viagens espaciais e cenas de filmes, tudo no mesmo acorde, acordo sonoro. Pronto, agora tenho um tema para escrever, mentira, continuo vagando por assuntos como a liberdade e a igualdade nas constituições republicanas, democracia x diataduras, amor platônico e sexo selvagem, pós-modernidade e o fim da verdade em si, ficção-científica, polícia e justiça. Tudo em vão, continuo sem tema.
A ansiedade me faz roer as unhas, a falta de sono me dá esperanças, a desgraça e a vida me atropelam com suas garras cravadas em minha alma atéia, o pessimismo na ciência viaja no mesmo vagão do otimismo com o amor e some no horizonte junto com a virgindade de bocas velhas e desdentadas. Tenho um tema, agora posso escrever sobre algo bem definido, posso parar de rodeios e masturbações mentais.
A ansiedade nos apavora, engole e evapora, depois retorna, contagia e grita nos nossos ouvidos, a vida é tão curta e intensa que nos leva a querer fazer tudo de uma vez só, pensamos que se deixarmos para depois perderemos a chance de obtermos êxito em nossa aventura terrestre, amores, paxões, jogos, riquezas, odisséias cotidianas, contemplações freudianas, o demônio é a consciência com seu tridente de esperança, seus cornos de pessimismo e seu fogo de ansiedade.
Não há como agarrar o mundo com as mãos, ainda mais as minhas que não são tão grandes assim! A ansiedade toma conta de meus sonhos me acordando em vendavais e jogando todo meu desespero em minha cara, esse rosto aflito pelo futuro é a expressão de um coração que não aquenta esperar, ele esperneia, pula, grita e geme, está louco apra avançar no tempo e garantir seu sucesso. Não é fácil controlar esse louco e descontrolado desejo de querer avançar no tempo, a ansiedade é mesmo uma vadia, superá-la é complicado, controlar é preciso, conviver com esse espírito demoníaco é algo divino e materialistamente possível.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ATIVIDADE E PASSIVIDADE SEXUAL

Como no turbulento jogo amoroso do filme CLOSER- PERTO DEMAIS minha vida tomou rumos estranhos, caminhos perigosos, estradas sensuais, angustiantes e cueis de esperança e medo, conflitos ético e amorosos tomaram contam de meu ser, a  pior coisa que existe é a consciência e o pior sofrimento é o de amar, esses dois elementos se juntaram no mar de minha alma rumo a uma tempestade de pensamentos obscuros, pessimismos exdrúxulos e pitadas de otimismo implícitas em minha boa vontade. Reconcialiações, rancores quebrados, orgulhos desfeitos, todo mergulho rumo ao perdão tem seus desvios, obstáculos e dores, mas no final encontrei uma sombra com um pouco de sossego e uma mulher pronta para amar e ser amada.
A volta aos braços de sentimentos profundos, olhares calmos e beijos úmidos me trouxe também para uma intensa rotina sexual, claro que além do prazer tem algo a mais a dizer, refletindo sobre todo o ato sexual, generalisando mesmo, vi o quanto é vago e errôneo a utilização das palavras ativo e passivo para se referir as relações sexuais, não há como ter passividade em uma relação onde ambos consentiram em praticar o ato sexual, óbvio e ululante que estou descartando exemplos como o do estupro. É comum falar em ativo e passivo quando se tem em mente a homossexualidade masculina, mas independente de ser homo, hetero, bi e e etc, o que vale é que não existe passividade, mas sim atividade nas relações sexuais, o fato de introduzir o pênis ou receber a introdução não justifica um ser  a pessoa de ação e a outra sofredora da ação, os dois estão ativos, estão procurando prazer e praticando sexo, um não é objeto- passivo- do outro. Essa visão de passividade é um pouco machista, principalmente quando se coloca a mulher apenas como obeto do prazer do homem, no sexo todos utilizam um ao outro e são utilizados em busca de prazer e  paixão, somos todos ativos no mundo do sexo e do amor.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O SILÊNCIO DOS INOCENTES

Falar sobre determinados filmes é complicado, pois são endeusados por muitos, ou desprezados por alguns, acaba sendo uma tarefa difícil comentar ou analisar um cult que já foi objeto de tantos textos, paródias e reflexões diversas como é o caso do famigerado SILÊNCIO DOS INOCENTES, suspense que marcou época, ganhou oscar- que não quer dizer grande coisa- tornou-se modelo para o gênero nos anos 90 e mostrou para o mundo um dos personagens mais enigmáticos, famosos e bem interpretados, sim é dele que estou falando, Dr. Hannibal Lecter vivido pelo magistral Anthony Hopkins. O filme mostra uma aluna da academia do FBI, a agente Clarice Starling- Jodie Foster- que tem como missão conversar com Hannibal em um manicômio para obter informações relevantes para o FBI, mas ela não sabe que a verdadeira intensão  de seu chefe e mentor Jack Crawford é obter informações sobre um serial Killer conhecido por "Buffalo Bill".
O filme mostra um roteiro recheado de falas marcantes e uma tensão nos diálogos marcados pela presensa na tela do assustador e fleumático Lecter, as cenas onde ele contracena com Starling são de uma forsa dramática e uma tensão efervescente, a angustiada e dedicada agente em busca de respostas para seu caso é envolvida pela inteligência e pelos jogos do psicopata que já foi um grande psicólogo e que acaba envolvendo a personagem de Foster num jogo psicológico onde ela deve falar de sua vida em troca de informações sobre o psicopata Bill.
Muitos criticam esse filme por não ter a dose de suspense de outros do mesmo gênero, mas essas pessoas não enchergam que é nos diálogos e nas interpretações dos atores que está a grande sacada do filme, além de belas ambientações e uma trilha sonora que condiz com as cenas. O diretor Jonathan Demme criou um clássico memorável do cienma e eternizou um dos maiores e assustadores personagens da sétima arte com essa obra que é um mergulho na psique humana, com seus medos, ambições, crueldades, cinismo e inteligência, um estudo vivo com um anti-herói marcante e uma heroina angustiada. Destaque para os enquadramentos dos rostos dos personagens, principalmente de Lecter quando este fala pela última vez com Starling sobre Bill, o rosto de Hopkins toma conta de toda a tela com seu olhar frio e com sua fala calma e cheia de duplo sentido. Obra prima que merece todos os elogios, filme obrigatório para os cinéfilos e amantes do cinema de forma geral.