sexta-feira, 5 de junho de 2009

RUMO AO FIM DA ETERNIDADE


Acordei. Olhei para o sol. Pensei no colorido e tons amarelados da manhã. Meu estômago vazio se encheu, minha boca foi inundada por uma avalanche amarga. Tudo ao meu redor me enojava, até mesmo a beleza.

Nessa manhã descobri que mesmo a falta de tristeza é dolorida, a anomia, a falta de aventura, a beleza sem graça de manhãs ensolaradas me causa  náuseas. Estou com alergia do universo.

O ar que penetra coercitivamente em meus pulmões me dá  mais alguns segundos de vida nesse claustrofóbico mundo. A falta de limite para o universo me desespera. A eternidade é um seguir sem fim para a agonia.

Anoiteceu, o frio da madrugada invade meu quarto, minha cama é o sarcófago dessa múmia que escreve, blasfema e cospe suas palavras de contestação nesse espaço. O espaço, eternidade sem fim de lugares. Olhar para a escuridão melancólica da noite me desespera com a vastidão negra do espaço. Não consigo mais existir nesse infindável mundo, o simples fato de respirar e ocupar um lugar nessa caótica e absurda vida me da alergia. Vou desaparecer no cosmo, mergulhar na eternidade, finalizar minha jornada.

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