Olho para a mesma parede branca de meu quarto, ela não muda. É estática. A vida que habita dentro de seu frio ventre também não tem dinamicidade, vontade, ação. Também é um parasita do tempo.
Não há revoluções, ações, brigas, alegrias ou orgasmos. Não há existência dentro desse marasmo. Sarcasmo de fato, é o cuspe irônico do destino, ou coincidencia maldita do acaso. Não faz mal, amanhã ou depois vou morrer e deixar essa falta de vida para trás. Se não morrer prolongarei essa angústia até a eternidade.
A profundidade de minha imaginação se esbarra na superficialidade do meu cotidiano, sem doses cavalares de otimismo vou caminhando sobre o gelo, patinando freneticamente até me cansar. É só isso que resta nessa bola azul, nesse meu lar. Apornografia de minhas falas não excitam meu ânimo, a peraltice de meus atos não aquecem esse velho coração de pedra.
Minha estadia é fixa, sem mudanças. Olho para o vento que agride minha pele e invejo sua mudança de caminho, sua ousadia.
Olho para as paredes de meu quarto e vejo a opacidade de minha vida trasnparecer no branco frio e sem graça dessa desgraça de concreto.
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