sábado, 20 de junho de 2009

The End


Sinto o sabor do queijo se misturar ao do vinho, em minha boca há a acumulação de prazeres, orgasmos em formas de sabores. O álcool me anestesia. Não sinto a dor do mundo. O mundo não sente repulsa de mim.

Viver é carregar o mundo nas costas. O mundo é pesado. As dores, aflições, angústias e desesperos pesam sobres nossas costas. A esperança e o prazer se alojam do lado esquerdo do peito, no estômago do monstro mora a felicidade, mas ela é logo digerida e transformada na merda do cotidiano. A existência é saudade. Respirar é teimar em permanecer nesse universo, permanecer nesse círculo azul solto na eternidade é ter mais tempo para procurar pela felicidade e descobrir que ela não é uma ilha fixa, mas apenas uma tábua de salvação que usamos antes de morrermos afogados pelas águas do mundo.

Não há motivos para choro, não devemos nos assustar com a falta de sentido e com o absurdo da vida. Não devemos cair no abismo gritando desesperadamente. Devemos cair sorrindo de prazer, pois quando chegarmos ao fundo vamos cavar um poço para jogar nossos corpos lá.

A existência é um fardo pesado demais, a vida uma odisséia cômica na saída, triste no caminhar, trágica ao pensar, dramaticamente humana. Sem finais felizes, sem utopia ou apocalipses. No final há somente o nada, o óbvio e ululante fim.

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