Sou um pássaro preso em uma gaiola, essa prisão me impedi de voar, de levar meu corpo rumo aos meus desejos, a falta de liberdade me sufoca, minha vontade é gritar por socorro, mas não posso. Vejo espaços para soltar minha imaginação, essa louca e tarada amiga que me acompanha rumo ao delírio. O amor é passageiro, minhas penas, meu bico, tudo em mim é frustração, o matemático não consegue resolver todas as equações, o filósofo não chega a verdade última e absoluta, a ciência não impede o irracionalismo e a religião de respirarem o ar dos ingênuos, minha ansiedade por voar não me leva aos ceús assim como seu orgasmo te leva ao topo.
Abriram a gaiola, posso pular no infinito, caminhar sobre a terra, sorrir de piadas idiotas, refletir sobre o aquecimento global, ter opinião sobre o liberalismo, escrever textos filosóficos e, quem sabe, até amar.
A erudição me deu gabarito para discutir música, li Shakespeare e Sartre, posso falar palavras bonitas, escrever poesia, citar autores clássicos, mentir sobre o sentido da vida, falar a verdade sobre a falta de explicação da existência, sou um pássaro livre, meu corpo não tem barreiras, meu sopro de otimismo corre junto com o pessimismo rumo ao realismo do mundo.
Metáforas claras não compreendem a alma confusa, o contraditório e absurdo do mundo não choca a caoticidade da vida, a utopia de uma felicidade plena e eterna não passa pelos muros da realidade, o abismo grita para mim e eu caio nele sorrindo pois aceito a vida como ela com seus loucos e atormentados dias, ensolarados e góticos dias de tristeza e noites amenas de alegrias. A gaiola está aberta,sou um pássaro, posso voar, mas minhas asas estão quebradas, me arrasto junto aos vermes com minha liberdade.
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