sábado, 24 de outubro de 2009

Brincar de Lembrar


Andando com minha bicicleta para driblar o sedentarismo sou atingido por ventos fantasmas, alegrias masoquistas e muito cansaço, o suor escorre pela minha face vermelha e sem graça, o sol vai deslizando lentamente pelo horizonte, pessoas correndo passam por mim sem me dar atenção, sou mais um estranho na mutidão. Durante minha tarde de exercício físico me deparo com um rosto familiar, de onde eu o conheço? Não consigo me lembrar, a memória é uma ladra, nos rouba momentos, lembranças e nos deixa confusos, sem respostas. Como é engraçado a brincadeira de lembrar, não consigo lembrar o que comi no almoço, mas me lembro de assistir pela tv a queda do muro de Berlim, me lembro de voltar da escola mais cedo e ligar a caixa mágica televisiva e ver aviões mergulhando e atingindo prédios em Nova York.
As coisas marcantes e algumas insignificantes ficam presas em nossas memórias, nesse tunel enigmático,confuso e mágico, o programa dos trapalhões, a macarronada dos domingos, a abertura da sessão das dez, seriados de ficção-científica, como esquecer do olho de thundera, do mestre dos magos ou de filmes como Highlander, minha infância nostálgica é sinônimo de STAR TREK e muitos filmes de aventura. Passar pela adolescencia e não se lembrar do primeiro beijo é inimaginável, assim como nunca me esqueci de CINEMA PARADISO ou do livro A NÁUSEA do guro do existencialismo, as aulas de história, trabalhos sobre o nazismo, o lanche que comíamos nas vasilhas azuis e as meninas com sorrisos febris não saem de minha memória.
Amizades fortes, poemas tolos, medo do futuro, são alguns dos elementos fotografados no meu album de lembranças guardado no transcendental arquivo do nada de minha mente.
Música do QUEEN, Caetano e Roberto Carlos, sons inesquecíveis junto com melodias infantis do Balão Mágico, como não se emocionar quando criança com Dumbo, ou na juventude com OS INTOCÁVEIS. Impossível mergulhar nas águas turvas de minhas lembranças sem mencionar a literatura francesa de Zola e Victor Hugo, ficção-científica de Guerra nas Estrelas ou os filmes de Fellini. Sempre me lembrarei de minhas investidas socialistas na juventude e de sonhos revolucionários.
Fecho meu texto nesse parágrafo com minhas lembranças perdidas no espaço da minha fantasia cinematográfica e emotiva, poesia encantada e realismo bruto de minha vida para continuar rumo ao infinito até chegar ao fim nada planejado.

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