domingo, 23 de agosto de 2009

PHOLHAS



É final de tarde, a grama verde ilumina meu olhar com seu verde vivo, forte e encantador, as folhas amarelas da árvore em frente a minha casa caem vagarosamente, delicadamente pousam sobre o solo formando um tapete para sonhos excitantes, fábulas empolgantes, vidas simples e emocionantes. O pôr do sol enche o ceú com seu vermelho alaranjado, nostálgico e romântico, abaixo desse quadro tem a figura carismática de um cachorro com seu olhar preguiçoso e carismático, seu pêlo cor de terra é bonito como a tarde que presencio.

A noite está quase chegando, o dia está penetrando no horizonte alaranjado, já posso ver um corpo deslizando sobre o tapete de folhas, já posso sentir um frio na barriga de êxtase, uma presença misteriosa, uma existência fantástica, sinto um cheiro que sai desse corpo, estou paralisado, não consigo parar de fitar esses dois olhos castanhos que me fitam de forma voraz e brutal. O corpo brilha de forma radiotiva, meu coração bate, minha boca seca, está cada vez mais perto.

A boca vermelha parece me chamar para um diálogo, mas só ouço um monólogo, uma única voz a perfurar meus ouvidos lentamente, como é gostosa a melodia que é emitida por esses lábios nervosos.

O corpo está em minha frente, com ele uma mente tranquila se posiciona, me encobre, toma conta de todo o meu corpo. Não resisto, agarro o corpo da mulher como uma criança toma de assalto um doce, como é doce seu beijo, como é quente sua carne, como é belo seu rosto, como é linda essa mulher. Não existe mais tardes como aquelas, ligo o som do carro e ouço a música do grupo pholhas enquanto minha alma ouve a respiração do vento nesse final de tarde, nesse final de nostalgia que me leva até você novamente, até aquela árvore e aquele cachorro. Seu corpo não ocupava apenas um espaço, ele era a própria razão de ser da vida, o brilho do seu olhar era prova disso.

As folhas continuam caindo, mas seu corpo não está mais aqui junto de mim, as folhas continuam decorando o chão, o sol cintinua encantando meus olhos, mas não sinto mais seu cheiro e isso não agrada meu coração, esse orgão bobo que continua- mesmo que fracamente- a bater e esmurrar as portas da desse castelo chamado solidão.Você é esse corpo que me faz falta, sua presença em meus pensamentos colorem com tons tristes meus finais de tarde.

A noite teima em apagar sua lembrança, mas amanhã é outro dia, outro final de tarde, outro pôr do sol e outras folhas irão cair para enfeitar a estrada que trás seu corpo até mim.

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