Espectativa,ansiedade, características que me acompanharam no último mês, fui levado na onda da propaganda e dos comentários ininterruptos sobre a nova sensação do momento nos cinemas, o filme que parece atrair os olhares dos cinéfilos e da massa sedenta por aventura e deleite sem compromisso com conteúdo, além dos fãs de aventura e ficção-científica com conteúdo e imagens estupidamente bonitas, não vou me alongar mais, o filme em questão é AVATAR.
Em um planeta distante chamado Pandora um grupo de humanos-militares,cientistas e ambiciosos- tentam pesquisar os hábitos e a sociedade Na'vi, esses são humanóides azuis e com caudas, são indígenas do planetga Pandora e moram em cima de uma das maiores reservas de um material mineral altamente valioso para os humanos. Para ter acesso essa reserva os "terráquios" precisam entender o povo Na'vi para negociar com eles ou para facilitar uma ação militar para retirá-los de lá. Nessa empreitada são utilizados "avatares", corpos feitos com a combinação do DNA humano e Na'vi, mas que tem a aparência somente Na'vi, esses corpos são controlados mentalmente por um grupo de pesquisadores e por um fuzileiro paraplégico. Em uma das saídas para reconhecimento e pesquisa do planeta o avatar do fuzileiro-cujo nome é Jake Sully- acaba se perdendo na floresta e encontra Neytiri, uma moça Na'vi, ai começa a se desenrolar uma história de aventura,romance,preconceito e muita beleza visual.
Posso dizer que em matéria de narrativa e roteiro o filme não inova em nada, pelo contrário, ele é fiel a estruturta estadunidense inaugurada por Griffith e levado ao seu auge com Spielberg, o herói, a mocinha, o amor impossível, o pieguismo e uma história simples são o que os espectadores irão encontrar, só que bem feito, uma história simples, sem muita sofisticação no roteiro, mas bem conduzida, mesmo com os pequenos furos de roteiro. Porém no quesito imagem a película nos leva ao delírio, uma viagem quase psicodélica por cores fortes,vibrantes,brilhos intensos e florescentes, uma atmosfera de aventura com ações empolgantes e um cenário lindo, com plantas esquisitas, animais horripilantes e humanóides simpáticos com suas cores azuis hipnotizantes, a mistura de seres virtuais e reais é brilhante.
O filme é uma grande metáfora sobre os problemas ambientais da terra e sobre a intolerância e conflitos étnicos, logo de início fica claro a ligação entre os conflitos entre humanos e Na'vi com os conflitos entre brancos e negros, europeus e indígenas americanos etc.
A estrutura da história nos lembra o romantismo do século XIX com imagens do século XXI- essa frase foi inspirada em uma observação do crítico de cinema lisandro Nogueira.Essa mistura inusitante fica interessante, não chega a maquiar a simplicidade do roteira, mas nos leva a esquecê-lo devido a beleza das imagens.
Pouca história para muitas imagens? Eu diria que é uma história corriqueira e um roteiro razoável para uma revolução de coloridos e imagens. O filme compensa pelo visual, mesmo a superficialidade da narrativa é interessante com seu romantismo e sentimentalismo clássico. Não é uma obra prima, mas é muito interessante.
Para finalizar não tem como deixar de falar que essa obra é do James Cameron, o mesmo responsável pelo cult EXTERMINADOR DO FUTURO e pelo água com açúcar TITANIC, o diretor não um Fellini ou Kurosawa, mas consegue fazer filmes agradáveis e as veses curiosos, esse é o caso de AVATAR.