Em uma conversa regada a cerveja, sorrisos e nostalgia veio a tona uma velha e conhecida polêmica entre os historiadores: A HISTÓRIA é ciência ou arte? Na discução ficou "provado", ou pelo menos era o mais provável, que a história é uma ciência; como diria Rusen, ciência é método e, como a história se utiliza de uma metodologia ela é uma ciência.
Apesar da conversa ter se iniciado com tal polêmica foi em outro ponto que nos prendemos mais, o papel político do historiador e de sua narrativa histórica. A questão estava relacionada com o caráter ético-político e do papel revolucionário do cientista marxista, este não só construia conhecimento, mas também tinha uma missão política e um dever revolucionário. Já o historiador dito "pós-moderno" não tem um engajamento político, sua narrativa é apenas mais um produto científico ou cultural sem uma proposta politica. Vamos lá, nunca tinha ouvido falar que para uma pesquisa científica ter relevância deveria "obrigatoriamente" ter uma proposta política, já imaginou uma pesquisa sobre DNA com objetivos políticos de luta de classes, ou de caráter liberal? Poderíamos argumentar que as ciências humanas são diferentes das biológicas e exatas, não temos simplesmente que analisar, mas sim compreender, a história é uma ciência de caráter hermenêutica e com uma narrativa que visa o entendimento das intensõs humanas, mesmo assim não vejo o descrédito dela por não ser "obrigada" a ter uma proposta política.
Se tudo o que formos fazer estiver que estar ligado a programas políticos estaremos limitando o conhecimento e a imaginação humana, concordo com a importância de uma politização de todo o saber humano, não nego a possibilidade de mudanças, mesmo que não sejam tão radicias, porém não posso condicionar tudo a visões políticas, a reducionismos ou simples produtos de propaganda ideológica.
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