sexta-feira, 22 de maio de 2009

VIDA BANDIDA

Não me bata com seu cinto de fogo e sua fivela de menosprezo, não me afogue em seu mal álito de solidão.
Me agrade, masturbe, acaricie.
Dentro de seus olhos reluzentes caio no turbilhão da epopéia, da guerra, aventura sem pressa, loucura! Odisséia.
Para mais tarde me sufocar na melancolia do seu abraço tristonho, na depressão de seus seios.
Saio correndo pelos destinos traçados, trapos rasgados de sua cabelera trágica, de seus Hamlet's sem graça, de seus palhaços tristes e com hora certa para chorar!
Mas sempre sou surpriendido pelo seu sopro de sarcasmo, por suas dentadas de ironia.
Dramaticamente choro por você, sorrio com você, fico sozinho em você.
Necessariamente sem motivo sua sacanagem e alegria, sua bucólica melancolia sorridente me faz tão mau que me sinto bem.
Que divindade mais demoníaca é o seu rosto.
Sua meretriz
Amante.
Vida!
Vivaz!
Viva!
E deixe morrer.

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