quarta-feira, 16 de setembro de 2009

porta da frente


Ando pela casa solitariamente, vejo livros, computador e um monte de lembranças correndo atrás de mim. Abro gavetas, portas e meu coração, sinto o frio percorrer toda a minha saudade, minha vontade de abraçar o vento e gritar para o mundo o meu sofrimento é tão grande quanto o infinito.

A noite cai e com ela vem a melancolia, mais um dia se foi, faz um dia que você atravessou aquela porta, com malas nas mãos levou minha felicidade, minha vida caiu no caótico poço escuro, meus pensamentos mergulharam nas imagens de corpos em chamas, em prazeres envolventes, nossas fotografias são um partal para a nostalgia, eu sou a própria derrota com pernas olhando para o espelho do desespero e vendo o reflexo de um ser invisível.

O sol já vai nascer, ainda não dormir, ainda não comi, ainda tenho a falta de você. O som que vem do silêncio desses cômodos me apavoram, seu cheiro ainda está me excitando. Não vou acender a luz, quero contemplar a escuridão e esperar que os raios solares me queimem até a morte, vou deixar minha memória me martirizar. O sorriso de criança que estava estampado no seu rosto se confunde em minha mente com sua cara pervertida, com seus gritosa de prazer. Gritos, é o que ouço dentro de minhas entranhas, são os meu sentimentos enjaulados declarando sua ira.

A imagem congelou, você está paralizada na porta da sala segurando sua mala, estou sem palavras, naquele momento não chorei, não briguei e nem te impedi de ir embora, naquele momento apenas olhei e vi minha vida fugir pela porta da frente.

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