terça-feira, 6 de setembro de 2016

O eclipse da razão e desgraça da população: PLP 257 e PEC 241


 

A cortina de fumaça que veio após o impeachment, juntamente com o vendaval empoeirado de escândalos de corrupção, um arrocho e engessamento do Estado, seja governo federal ou governos estaduais, que visam cortar gastos, retirar dinheiro das áreas educacionais e de seguridade social (saúde, previdência e assistência social); tudo isso num pacote neoliberal que já via sendo desenhado no governo PT, mas ganha corpo, força e intensidade no governo Temer do PMDB, o governo corrupto travestido de ético, governo de responsabilidade fiscal irresponsável com saúde, educação e velhice dos trabalhadores.

       O eclipse da razão num mundo instrumentalizado e pragmático é coerente com discursos pragmáticos de administração da máquina pública que visa apenas fins objetivos e números se esquecendo de meios humanitários e finalidade em si mesmo do ser humano. Esse governo que sai como filho bastardo do governo anterior não somente piora o que já havia de ruim na administração petista, coo também inova cortando os galhos verdes e frutíferos do governo social de democrata de Dilma. Após o traumático, midiático e espalhafatoso circo do processo de impeachment vemos uma nova lona subir, um novo picadeiro, mas dessa vez nós somos os palhaços que riem de nossas próprias desventuras, desgraça que vem da graça de nossa santidade Estado.
         Após a abertura da caixa de surpresas saíram duas ingratas e maldosas criações governamentais e legislativas, são elas o PLP 257 que “ visa prorrogar o prazo da dívida dos estados e municípios dentro dos próximos 20 anos. Assim haverá um congelamento dos salários pelos próximos dois anos, fim da estabilidade do servidor, aumento da alíquota da contribuição previdenciária de 11% para 14%, fim da concessão de adicional por tempo de serviço, congelamento da carreira, instituição da previdência complementar, alteração da lei de responsabilidade fiscal (LRF) com maior rigor no tratamento das despesas com pessoal, entre outros. (http://www.serjal.com.br/conteudo/plp-257-e-pec-241-bombas-do-ajuste-fiscal-nos-direitos-dos-servidores). E a famigerada máquina mortífera PEC 241que visa implantar um novo regime fiscal que engessa o Estado, tanto governo federal quanto governos estaduais, em uma camisa de força que os obriga gastar ainda menos com despesas primárias, logo, teremos menos dinheiro para educação, saúde e assistência sociAl. Somando as, PLP e PEC,teremos nos próximos anos menos concursos, menos investimento educacional, um maior caos na saúde, congelamento dos salários do funcionalismo público, sem poder reajustar salários os governos terão base legal para fazer o que já faziam ilegalmente, cortar a longo prazo o poder aquisitivo do funcionalismo.
         Com o subterfúgio sub-reptício da crise econômica o governo Temer será temido como o governo que retirou a base econômica dos pobres e classe média, cortou gastos em áreas fundamentais e essenciais, condenou grande parte da população a penúria na velhice, retirou de forma escandalosa e sem pudor a possibilidade de reajuste do funcionalismo público. Eis o admirável mundo novo que saiu das entranhas da crise, da corrupção e dos pemedebistas salvadores da pátria. Eis a administração neoliberal, moderna, instrumental que visa apenas números e se esquece do humano atrás da maquinaria administrativa da razão desumana.
         A luta pela racionalidade humanizada contra os desmandos desses atos facínoras passam pela conscientização da população, trabalhadores e pela práxis, pela luta contra a dominação, exploração do capital que condiciona e comanda as ações do Estado.  

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