A cortina de fumaça que veio após o impeachment,
juntamente com o vendaval empoeirado de escândalos de corrupção, um arrocho e
engessamento do Estado, seja governo federal ou governos estaduais, que visam cortar
gastos, retirar dinheiro das áreas educacionais e de seguridade social (saúde,
previdência e assistência social); tudo isso num pacote neoliberal que já via
sendo desenhado no governo PT, mas ganha corpo, força e intensidade no governo
Temer do PMDB, o governo corrupto travestido de ético, governo de
responsabilidade fiscal irresponsável com saúde, educação e velhice dos
trabalhadores.
O eclipse da razão num mundo
instrumentalizado e pragmático é coerente com discursos pragmáticos de administração
da máquina pública que visa apenas fins objetivos e números se esquecendo de
meios humanitários e finalidade em si mesmo do ser humano. Esse governo que sai
como filho bastardo do governo anterior não somente piora o que já havia de
ruim na administração petista, coo também inova cortando os galhos verdes e
frutíferos do governo social de democrata de Dilma. Após o traumático,
midiático e espalhafatoso circo do processo de impeachment vemos uma nova lona
subir, um novo picadeiro, mas dessa vez nós somos os palhaços que riem de
nossas próprias desventuras, desgraça que vem da graça de nossa santidade
Estado.
Após a abertura da caixa de surpresas saíram duas ingratas e maldosas
criações governamentais e legislativas, são elas o PLP 257 que “ visa prorrogar o prazo da
dívida dos estados e municípios dentro dos próximos 20 anos. Assim haverá um
congelamento dos salários pelos próximos dois anos, fim da estabilidade do
servidor, aumento da alíquota da contribuição previdenciária de 11% para 14%,
fim da concessão de adicional por tempo de serviço, congelamento da carreira,
instituição da previdência complementar, alteração da lei de responsabilidade
fiscal (LRF) com maior rigor no tratamento das despesas com pessoal, entre
outros. (http://www.serjal.com.br/conteudo/plp-257-e-pec-241-bombas-do-ajuste-fiscal-nos-direitos-dos-servidores).
E a famigerada máquina mortífera PEC 241que visa implantar um novo regime
fiscal que engessa o Estado, tanto governo federal quanto governos estaduais,
em uma camisa de força que os obriga gastar ainda menos com despesas primárias,
logo, teremos menos dinheiro para educação, saúde e assistência sociAl. Somando
as, PLP e PEC,teremos nos próximos anos menos concursos, menos investimento
educacional, um maior caos na saúde, congelamento dos salários do funcionalismo
público, sem poder reajustar salários os governos terão base legal para fazer o
que já faziam ilegalmente, cortar a longo prazo o poder aquisitivo do
funcionalismo.
Com o subterfúgio sub-reptício da crise
econômica o governo Temer será temido como o governo que retirou a base econômica
dos pobres e classe média, cortou gastos em áreas fundamentais e essenciais,
condenou grande parte da população a penúria na velhice, retirou de forma
escandalosa e sem pudor a possibilidade de reajuste do funcionalismo público.
Eis o admirável mundo novo que saiu das entranhas da crise, da corrupção e dos
pemedebistas salvadores da pátria. Eis a administração neoliberal, moderna,
instrumental que visa apenas números e se esquece do humano atrás da maquinaria
administrativa da razão desumana.
A luta pela racionalidade humanizada
contra os desmandos desses atos facínoras passam pela conscientização da
população, trabalhadores e pela práxis, pela luta contra a dominação,
exploração do capital que condiciona e comanda as ações do Estado.
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