A polícia surge no contexto da modernidade, da mudança de uma sociedade
mecânica para orgânica, como diria Durkheim, burocratização e
racionalização weberiana. Industrialização, colonialismo, urbanização e
consolidação do Estado Nação, eis algumas características desse momento.
A polícia surge quando o capitalismo se torna um sistema mundial e as
cidades industriais ficam cheias de marginais, proletariados e há a
necessidade de um sistema disciplinador, como diria Foucault. Tanto
para defender os bens da burguesia, e dos pobres também, e manter a
ordem liberal capitalista; quanto para frear os crimes, a violência e o
caos, gerado em parte pelo próprio sistema, pelas desigualdades e pela
oportunidade aos mal caracteres; a polícia, essa criatura da
modernidade, surge no eclipse do esclarecimento e na necessidade de
controle social.
A polícia como principal elemento do monopólio da
violência do Estado serve de forma instrumental aos interesses das
classes dominantes e do próprio Estado, porém ela também tem um caráter
social de defesa da vida, propriedade, direitos civis, liberdade e
direitos fundamentais e humanos de todos, independente de credo, etnia
ou classe social, mas, infelizmente essa segunda característica é
limitada devido ao caráter classista, as desigualdade sociais e aos
interesses dominantes, ou seja, os utilitaristas, instrumentais,
mercadológicos e mesquinhos.
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