sexta-feira, 4 de junho de 2010

A VIDA COMO ELA É E O MUNDO SONHADO

"Vou me embora para passárgada", sempre que leio os versos escritos por Manuel Bandeira sinto na pele a vontade de sair desse mundo e levar comigo minhas angustias, desesperos, amores, frustrações e espectativas. A dor e a tristeza desse mundo nós fazem sonhar com paraísos encantados, mundos fantásticos, sociedades comunistas, ilhas nunca habitadas, como é difícil aceitar essa vida, esse mundo ou a sociedade onde vivemos, a vida como ela é não trás muita felicidade, conforta e satisfação, mas parece-me que não há outra melhor, ou pior.
A não aceitação da nossa condição humana as vezes nos faz mal, sentimos um desconforto, um aperto no coração, válvulas de escape são acionadas para dar vasão ao nosso desencanto, criamos paraísos religiosos com a esperança de uma vida melhor após a morte, sonhamos com outras dimensões, desejamos sociedades utópicas- como a comunista por exemplo- que resolvam os problemas de desigualdade e exploração de nossa sociedade. O ser humano não se conforma com a melancolia, contradição e dor desse mundo, para ele deveria haver apenas a alegria, o prazer, a beleza e a igualdade. Concordo que não é agradável certas situações, ficamos chocados com desigualdade "gritante" da sociedade, somos levados a tristeza com a morte de pessoas queridas, a dor e as doenças são um martírio, porém não há como negar todas essas coisas, elas são inerentes a vida, fazem parte do pacote. A vida é uma contradição de amor e dor, felicidade e melancolia, bem e mal, escuridão e luz, pergunta e falta de respostas, aceitar a vida como ela é é aceitar esse pacote  e caminhar nesse universo caótico rumo ao fim, que não é uma sociedade utópica ou parísos transcendentais, mas simplismente "o fim", sem rodeios ou meias palavras. Aceitar isso não corresponde a ver o mundo apenas cinza, o colorido, o amor, beleza e felicidade estão presentes em nossas existencias e devemos procurá-los, sem nos frustrarmos com as desgraças que também aparecem em nossos caminhos.

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