sexta-feira, 18 de junho de 2010

futuro e ficção-científica

Caminhar sobre essa terra é algo engraçado, passear o olhar pelos verdes biológicos, por vermelhos ideológicos, sangue estúpido, azul religiozo, folhas mercadológicas, viver é mesmo um absurdo. Surgir do nada, de explosões cósmicas ou de deuses eternos e antropomórficos é de uma imaginação efervescente e diabólica, amar e lutar por cidadania, estudar e ter que refletir sobre a desgraça da vida, respirar e transar é mesmo um dos fardos da existência, mas de tudo que está no pacote existencial o que causa mais espectativa é mesmo o tal do futuro, o devir, o tempo ainda não existente, porém presente em nossa imaginação, ansiedade, esperança e frustração antecipada.
Não há como viver sem pensar no dia "de amanhã", lançar nosso olhar sobre o futuro e suas possibilidades é demasiadamente humano, fazemos planos, criamos imagens otimistas, temos medos e pessismos, projetamos sonhos, espctativas pessoais, políticas e sociais, mundos socialistas, paraísos mágicos, desertos apocalípticos ou sociedades já desaparecidas, o futuro é um aquário imaginário onde mergulhamos belezas, ideologias, medos, otimismos e é nesse projetar que está incluido temas fundamentias para a ficção-científica.
A ficção-científica surge como mitologia e imaginário artístico do mundo industrial e científico, ela coloca as espectativas sobre o futuro, o medo do outro, a visão sobre outros mundos, a relação entre homem e máquina, a ciencia e a existência no mundo moderno como centro de suas reflexões e aventuras. Em suas narrativas literárias, cinematográficas e outras formas de comunicação e arte a FC se debruçou sobre vários temas, mas foi o futurismo uma de suas principais marcas, primeiro com uma visão otimista ligada a idéia de progresso iluminista, depois com uma visão mais pessimista sobre o ciência, poder e ação humana na terra, essa segunda é a mais interessante e usada pela FC pós segunda guerra mundial e que eu chamo genericamente de visão pós moderna de futuro.
A visão pessimista de futuro é distópica, ela abandona os sonhos progressistas e evolucionistas de iluministas, socialistas, não há paraísos religiosos como o cristão, nesse mundo há destruição, guerras atômicas, luta entre homens e máquinas, ou apenas a repetição de nossa sociedade sem romantismo ou mundos perfeitos. Em filmes como exterminador do futuro vemos a luta entre seres humanos e máquinas, já na trilogia cult mad max está presente um futuro pós apocalíptico onde a violência gratuita toma conta do mundo, viagens espacias como a de 2001 são bem presentes nesse gêenero artísticos assim como a reflexão existencial e a relação com a morte presente no clássico blade runner, sacadas filosóficas, mundo virtual e dominação também não ficam de fora como é bem explícito no cyberpunck matrix ou no livro neuromancer.
Criar espectativas sobre o futuro no mundo pós moderno nos leva a imagens de pessimismo científico e político, o ser humano no século XXI não tem mais sonhos utópicos, porém isso não pode fazer com nós abandonemos as lutas políticas e socias ou não lutemos por melhorar nossa vida e obtermos êxito no campo profissional, amoroso etc. Termos consciência do eterno retorno do mesmo, ou seja, que o futuro não vai ser muito diferente do que já foi o passo e está sendo o presente não é pessimismo, mas sim realismo.

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