Esse orvalho e orgasmo que nos molha pela manhã evapora pelos poros, e é consumido pelo calor da labuta do dia, pela burocracia ordinária cotidiana, pela disciplinarização das potências do corpo, da mão de obra produtiva, pelo cerceamento da criação intelectual. Somos devorados pela ação do mostro máquina, triturados pelas engrenagens enferrujadas no estômago da modernidade de um sistema sem libido. Precisamos de razão, mas sem eclipse da emoção, sem matar o instintual, precisamos de nos autogerirmos para não sermos guiados por razões obscuras, que se escondem atrás de propriedade privadas, de classes que desclassificam o coletivo em nome da liberdade de quem tem mais poder aquisitivo. O sol há de brilhar mais uma vez, porém, sem cegar.
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