Passeando pelo bosque vejo uma
nuvem encobrir nossas cabeças, as pessoas que ali estavam passeavam calmamente
pelo domingo, pelos caminhos abertos na natureza. O dia quente, o calor indecente,
mãos dadas, crianças correndo, algodão doce, docemente eu pensava na igreja
lotada no dia de domingo, era minha infância cristã evaporando por meus poros,
era a crença em algo mágico perdido em algum lugar do passado. Abro as mãos,
passo elas abertas por folhas com um verde estranho, um banco a minha frente,
estou cansado, o banco me chama, não penso duas vezes, sento.
O sol penetra sedutor nas nuvens,
olho a menina de saia rosa passando por mim, sentado no banco me lembro dela, de Jade, me
lembro de seus olhos cheios de algo impronunciável, de sua boca convidativa, se
de seu cheiro de pecado, ela como essa menina também tinha uma saia rosa,
também gostava de passear no bosque. A boca seca, como dá sede passear no
parque, andar por trilhas como um escoteiro, volto pelo caminho que vim, ando
pela trilha imaginando macacos quebrando ossos como em 2001, mas a odisseia que
eu vivia não era no espaço, era na alma, no interior, a angustia da liberdade,
de poder escolher me dilacerava por dentro, além da sede que fodia o
pensamento, encontro água, mas não o sossego.
Angustia de escolha, não existe
uma verdade imutável, em si e transcendental, o platonismo ficou para trás, mas
não adianta arrotar Nietzsche, cuspir pós-modernidade sem conhecer o grego e
seu mundo das ideias, sua metafísica, a física diz que o mundo gira e girando
um ser humano fica tonto de tanta verdade, relativa e cheia de saudade.
A água desce suavemente pela
minha garganta, enquanto me lembro que tenho que tomar uma decisão fundamental
em menos de um dia vejo novamente aquela saia rosa, ela me trás lembranças de
Jade novamente, me lembro quando transei com ela dentro de seu apartamento,
como ela chupava meu pênis com elegância, como eu lambia sua fruta com
gulosidade, eu penetrava minha língua em sua boca, salivava desejo por todo o
seu corpo enquanto eu a beijava, mordia, lambia e penetrava. Ela adorava
rebolar enquanto eu a devorava por trás, enquanto puxava seus negros cabelos
com uma mão a outra batia em suas nádegas brancas e suculentas, o vermelho se
espalhava por sua bunda, seus gritos denunciavam que estava próximo o orgasmo,
eu metia com mais força chamando-a de puta e ela pedia que a comesse gostoso.
Vibrava em meus devaneios teorias
marxistas sobre a luta de classes, eu sempre achei limitado o esquema economicista,
existencialista também não era suficiente, a decisão estava tomada, meu
estômago já não ardia mais com a ansiedade. Caminhando vagarosamente pelas
trilhas do bosque sentia que meu pênis ainda estava ereto, parei em um canto
onde não avistava ninguém e entrei mata a dentro, lá retiro meu membro, começo
a me masturbar, ouço um barulho próximo a mim, um casal de jovens a fazer sexo,
eles me veem, não ligam, continuam, vejo o rapaz tirar seu membro e gozar na
boca da ruiva, eu continuo a me masturbar pensando em Jade, termino o serviço,
como era bom gozar com Jade, no fim deitava
e ela vinha se deitar em meus braços.
Vou embora do bosque, no outro
dia tenho que colocar em prática minha decisão, na saído vejo novamente a
menina de saia rosa, compro uma coca-cola, no carro bebendo o líquido escuro
ouço uma canção do Roberto, como Jade gostava da música, ela era tão linda. O
sol queimava meus pensamentos, eu sabia que no outro dia teria que fazer aquela
experiência, matar alguns animais, isso pelo bem da ciência, a morte chegava
cedo em minha consciência, Jade e sua saia rosa me excitavam pelo caminho,
coca-cola gelada não tem preço.
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