Abro uma lata de cerveja, olho para as paredes e elas se distanciam de meu olhar tímido e alcolizado, as cores são substituidas por odores, o cheiro de saudade vem coberto por formas monstruosas de liberdade, sou um ser livre na noite, escolho me abrigar na solidão de minha sala e me consolar com a bebida mais gelada que há em minha geladeira. Saio em minha imaginação por bosques, infernos, terrenos arenosos, bibliotecas com clássicos literários, passeio por filmes de ficção-científica e acabo mergulhando em romances platônicos com gosto de pornografia.
O relacionamento é algo discutível, sempre que vejo pessoas falando sobre a vida de casado é engraçado notar uma pontinha de saudade da vida de solteiro, da época em que se podia caminhar livremente e escolher com quem ficar, a hora de voltar ao lar, sem satisfação para dar, porém essas pessoas não pensam sobre momentos como o citado no paragráfo escrito a cima, onde eu e minha lata de cerveja curtíamos a solidão de um dia de domingo.
Ser solteiro tem seu lado positivo, pode-se paquerar a vontade, transar loucamente com pessoas diferentes sem medo de represálias ou de broncas do parceiro, não há a dor da separação, brigas matinais, rotina sexual, há a aventura, disposição em penetrar em orgãos diferentes, beijar bocas ocasionais, conhecer gente nova, pular sem para-quedas no mundo da liberdade. Esse mundo fantástico é limitado pela falta de companheirismo, uma pessoa para dividir frustrações, prazeres, alegrias, dúvidas e vitórias, a solidão é bem vinda, mas em excesso maltrata e isso é sentido pelos poros dos soteiros.
Difícil analisar o que é melhor, ser solteiro ou casado? Sempre haverá os pontos negativos e os positivos, como tudo na vida obviamente, mas no geral sempre ficará aquele sonho nostálgico da vida de solteiro ou uma frustração solitária por não ter tentado a vida de casado. O mundo é assim, um eterno descontentamento.
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