domingo, 18 de abril de 2010

NOITE E MOMENTO

A noite cai, com ela vem um misto de mistério, romantismo, magia e terror, o calor infernal dá lugar a uma leve brisa, corpos se movimentam na escuridão, mas a luminosida os atrai, quase como coadjuvante o som fervente e envolvente treme no ar e freneticamente envolve os corpos; movimentos sensuais, desconcertantes e involuntários tomam contam dos seres ali presentes. Olhares tristes, provocantes, lascivos e românticos, todos eles expressam desejos, raivas, solidões, todos estão presente para se divertir, para fugir da rotina, da solidão ou encontrar algo ainda invisível em seu coração.
Como é grande a esperança, maldita como o amor, ligeiramente estúpida como a juventude, ela não tem fim, é apenas uma espectativa, o encontro entre frustração e êxito é total nessa noite louca, exdrúxula e colorida, pessoas sorridentes, mentes efervescentes, mentiras sinceras voam pelas bocas e caem como sementes nos ouvidos desatentos das criasturas noturnas que se movimentam loucamente.
Conversas, lágrimas escondidas, gargalhadas descomprometidas, estou passeando meu olhar aguçado sobre esse painel de horror visceral, colorido descomunal, mistério a desvendar, sou mais um solitário na noite, papos agradáveis, sexo casual, tudo preenche as lacunas de uma existência surreal, mas nada disso consegue me livrar da naúsea e mal estar do dia seguinte, as mulheres, sensualidades, brincadeiras e grotescas imagens da noite, tudo é diversão, reflexão, emoção passageira, ficam lembranças embaralhadas, uma certa nostálgia, mas é só isso, "se não há espernaça vive-se o momento" já dizia Chaplin em um de seus filmes, vivi o momento, gozei, dancei e me aborreci, conversei, sorri e me despedi da noite com um beijo no sol e acordei para mais um dia antes do fim.

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