Hoje fui pego de surpreso, tive que desmarcar compromissos, redirecionar minha agenda, em suma, tive que improvisar. É ingenuidade nossa achar que controlamos nossas vidas, no máximo tomamos decisões que nos levam a caminhos loucos, improváveis e curiosos, mas que são frutos de nossas escolhas, estas por sua vez se dão em determinadas conjunturas e dividem espaço com outras escolhas num mundo de acasos e caótico, onde a regra é a falta de sentido e a verdade é a dúvida.
No mundo esférico e azul existimos soltos, nessa vida humana estamos expostos ao acaso e inesperado, a todo momento somos surpriendidos, a vida é uma peça sem ensaio onde reina o improviso, saber se adapatar e tomar novas decisões em novos momentos é uma das verdades desse mundo mentiroso, pular na água e cair no seco é tão provável quanto respirar oxigênio, carrocel absurdo é essa estadia curta na terra, esse caminhar lento em curto período, respirando, amando, gozando, sofrendo. Terminar um texto é tão difícil como perguntar sobre o óbvio e descobrir que a falta de resposta é latente em nossas memórias, crenças são derrubadas, mentiras ressuscitadas e verdades relativizadas, o tempo é uma ponte entre o ser e o nada, a nadificação do mundo é obra da arrogância da consciência, as escolhas e decisões são mundanas e não determinantes, o não pensado e o pouco provável reina, o improviso é uma constante, o resto é só especulação, narrativa sem valor como o texto aqui gritante.