sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Rostos na Noite

Avenidas vazias, coloridos raios surgem da negritude da noite, o frio melancólico, ácido e incomensurável ronda o meu ser na madrugada, vagarosamente rompo o véu que me separa da solidão e da angústia, estou tomado pelo calor de meus pensamentos solitários, loucos de saudades de tempos ainda não vividos, amados, amargurados. Inesperadamente surgem rostos em minha imaginação, dou um colorido de lápis em seus contornos, belos como a chuva milagrosa, misteriosos como a noite que me cobre esses rostos se fundem em um, brilham intensamente até o infinito de minhas emoções.
A velocidade aumenta, o carro rouba todas as espectativas, a velocidade do automóvel persegue os instintos mais selvagens que há em mim, a noite é refletida na tinta preta desse veloz colosso de ferro, êxtase e amor, eu posso solitariamente sonhar com climas mais utópicos, fantasias eróticas ou finais heróicos antes da morte, mas é o rosto que volta a brilhar em minhas visões, a noite melancolicamnete abre um sorriso de amargura para ele, o rosto se forma nitidamente agora, o brilho é menor, mas a nostalgia fica cada vez mais intensa, o rosto é de uma mulher, essa mulher é você. O dia vem brotando no horizonte, a saldade se despede com a solidão, espectativas se formam no inconsciente, você deixa de ser uma ilusão noturna e passa a ser uma platônica e linda lembrança de futuros presos em espectativas

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