A modernidade trouxe em suas entranhas a velha e preciosa idéia sobre a "verdade", mesmo com sua cultura humanista e científica ela não conseguiu se livrar do idealismo platônico com sua verdade "em si", pelo contrário, reforsou essa visão e até deu sustentação científica para ela. A maioria das correntes filosófica e científicas que surgiram na modernidade foram a favor dessa endeusação da palavra "verdade", iluminismo, positivismo, marxismo e etc. Todas cantaram a mesma canção de amor para a deusa verdade, mas contraditoriamente foi a mesma modernidade que pariu intelectualmente a antítese desse idealismo com o irracionalismo, com o relativismo e recentemente com a pós-modernidade, todas elas contribuiram com a cultura de não endeusamento da verdade, foram contra a idéia de verdade absoluta, alguns mais radicais foram contra até a existência da verdade.
É complicado falar de algo que está enraizado e solidificado em nossa mentalidade, a verdade é uma das mães do pensamento, não é possível imaginar uma sociedade, ou melhor, um mundo sem ela, porém não podemos mais cultuar essa idéia já ultrapassada de não contestação da "verdade", não existe mais espaço para absolutismos, colocar em dúvida é imprescindível para a mente que reflete sobre o mundo e sobre a existência como um todo, não é mais viável continuar acreditando nessa entidade transcendental que existe por si só, sem a interferência de nossa consciência, é uma aberração esse idealismo da verdade fora de nós, presa num plano astral ou em teorias científicas, estamos no plano da interpretação e compreender a visão do outro é fundamental para chegarmos a uma visão mais ampla sobre a verdade ou sobre as verdasdes, ser intolerante e cultuar idéias sem contestação como carneirinhos é coisa de ignorantes "intelactualóides", o ser inteligente duvida, abre espaço para discução e para as verdades ainda não ditas. Assim caminha a verdadeira verdade, com a dúvida sobre ela mesma e com a coragem de ouvir outras verdades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário