Ouço uma música sobre vídeo games, vidas em nexo, terror e comédia, existência solta no espaço, gritos silenciados pela tormenta, grito comigo mesmo, fico mudo em frente a TV, gozo me masturbando, correria psicodélica, funeral da alma.Ponto final não é o fim.
Um rosto bonito, um copo, cólera, raiva, doenças da mente, sexo transparente, vida em preto e branco, caminho rumo ao Vietnã, sofro por antecipação, choro pelos mortos do futuro, os do passado são motivos de risadas.
Desenhos animados, animação com a guerra, corpos podres, sangue jovem jorrando no asfalto, passeios pela madrugada, sofro por antecipação só de pensar que estarei de volta aquele mundo, aquele calor, aquela desgraça em forma de cidade.
Filmes clássicos, comédias sem graça, tudo de graça, programa do Chaves, copos descartáveis, momentos inevitáveis, poesias em forma de prosa, comerciais alternativos sobre momentos inexplicáveis, minha existência encaixotada no texto sem vírgula, sem fim, sem parada.
Tenho que voltar, não há mais como fugir, alegria nunca veio, mas a tristeza parecia de mentira, agora a verdade estupra minha mente.
Falsos, como são falsos os poetas da modernidade mentem que há ordem na caótica cidade, na cidade do pecado, Vietnã cheia de merda, cheia de putrefação, cheia de nada, solta no buraco do mundo, colocada no norte do estado, quente como inferno, fria como corações de soldados, estou voltando, andando para trás e trazendo todo o redemoinho de saudades de minha capital, razão social do irracional.
Flores, jacarés, lagoas, pessoas em torno de idéias, papos descontraídos, desejos destruídos, retornos malditos, estou de volta, ainda não fui, ainda não cheguei, sofro por antecipação, emoção de gente ansiosa, carinhosa é essa solidão em meio à multidão, beijos para a morte, o sono não chega, a guerra é alegre.
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