terça-feira, 21 de julho de 2020

E o Amanhã Pós-pandemia

            Esse farfalhar da alma, o inaudito e inenarrável mergulhar angustiado nesse rocambolesco mundo pandêmico. A monotonia cede lugar as cavalarias mentais, ao êxtase do pensamento sobre futuros incertos. Ao abrir os olhos a escuridão eclipsante toma conta do ser; sendo o que se é, imagem de pura indefinição, eis o sentimento da gente na mente nessa perturbação silenciosa de dias incógnitos. Não há amanhã sem escolhas, sem caminhos e ações; mas mesmo assim tudo estará sob a égide do acaso e sob a sombra das cinzas e escombros do passado.Vírus representam cerca 7% do material genético humano; conheça-os ...

 O que esperar do amanhecer próximo além de possibilidades? Vida, com toda a sua lisonja, barbárie, libido, angustia, crueldade e falta de sentido. O conservadorismo reina, mas a revolução teima em marchar no subterrâneo, mesmo sob a chuva virulenta que sai das gotículas contaminadas e mundializadas.
      E depois da vida, o que resta? O nada, a falta do brilho, da dúvida, do amor, do incomensurável e estupefato olhar do ocaso que não é por acaso, mas nos beija com seus raios laranjados. Não há poesia na melancolia? Mesmo sorumbático há beleza no mundo; mesmo pandêmico temos prazer e potência. E o amanhã será um eterno retorno do mesmo, mas com possibilidade de algo novo girando nessa eterna roda que existirá enquanto dura, pois o eterno findará com a esperança e renascerá com novas crianças.
 

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