Amo tudo em você, amo seu jeito discreto de gritar, de bailar. Amo sua barriga, sua disciplina, sua falta de energia para engolir as verdades do mundo.
Amo tudo em você, amo suas rugas, suas carícias pela manhã, seu clamor, nostalgia.
Amo tudo em você, amo seu olhar de ternura, de horror, seu nojo pelo frescor, por idéias constrangedoras, amo tudo em você , amo suas partes desligas do interior, suas vagas lembranças da dor.
Amo tudo em você, amo sua raiva pela política, seu otimismo pela sociedade, seu amor pela atmosfera.
Amo tudo em você, amo seu ciúme, amo sua transgressora filosofia nietzscheana, amo sua competência para falar do nada, do sol, da metafísica.
Amo tudo em você, amo sua alegria, sua preguiça, amo seu forte abraço, seus beijos quentes, seu orgasmo de repente, sua solidão.
Amo tudo em você, sua nostalgia sem razão, seus sentimentos encobertos, suas lágrimas que nunca aparecem, amo até a falta que há em você.
Amo tudo em você, amo sua carência, sua irreverência, amo o caótico, o semiótico, a hermenêutica que vaza pela náusea sartreana de suas falas sinceras.
Amo tudo em você, seu silêncio, seu gritante olhar de desobediência, seus gemidos de prazer.
Amo tudo, amo inclusive você.