terça-feira, 30 de junho de 2009

Nunca gripei

Eu nunca gripei. Não conheço o que é traição. Nunca cortei um dedo, não conheço poluição. Abro os olhos e eles não se irritam, não me irrito com a agonia, com seres humanos. Nunca chorei por amor, nunca sorri de alegria, nunca tive motivos, motivos...
A vida é passagem de luz, na noite vivo intensamente a melancolia. Não conheço seres pensantes, gritos de dor, gemidos de prazer. Não conheço o amor. Nunca corri pelas ruas empoeiradas de minha cidade. Vejo crianças brincando, gargalhadas solitárias explodem em minha mente, nunca brinquei.
Moro em uma redoma de vidro, não sinto o calor do corpo de outra pessoa, sofrimento é utopia, sonho quase irritante. Não conheço alegria, sorrisos, lágrimas e afeto são gritos que ecoam em minha solidão.
Hoje abri a porta de vidro, pisei na rua e respirei o ar que percorre os pulmões humanos. Sofri, gemi, amei.Morrerei, mas não sem antes ver o sangue que brota em minhas veias, ou sentir o gosto salgado de minhas lágrimas. Quero a nostalgia de uma época que não vivi.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

STAR WARS- O IMPÉRIO CONTRA-ATACA






















Em 1977 George Lucas revoluciona o cinema de ficção-científica com Star Wars- Uma Nova Esperança, filme que dá início a uma das maiores sagas cinematográficas e a melhor série já feita para o cinema. Misturando magia, mitologia, história política romana(com um olhar voltado para a questão política contemporânea), visual e lutas samurais misturadas com tecnologia e armas laser´s.






A história da série se passa em uma galáxia muito, muito distante e conta a luta dos cavaleiros Jedi para manter a ordem no universo, depois temos a luta de um grupo rebelde lutando para derrubar um Império totalitário. Além dessas questões políticas temos histórias romanticas, questões religiosas, como é ocaso da FORÇA que é o resultado da energia de todos os seres vivos, além de temas clássicos como a luta entre o bem e o mal( aqui representado pelo lado negro da força).






Aqui vamos falar especificamente do episódio V que é na verdade o segundo filme da trilogia antiga, nessa aventura o "senhor do mal" Darth Vader está atrás do jovem rebelde Luke Skywalker e para pegá-lo ele ataca a base rebelde que está em um planeta "gelado". Ele escapa e também seus amigos e protagonistas da história- princesa Leia e Han Solo. Nesse episódio Luke dá mais um passo para se tornar um cavaleiro Jedi sendo treinado pelo mestre Yoda, outro ponto que é melhor desenvolvido aqui é o romance entre o anti-herói Han Solo e Leia, com seus atritos, irnonias e muita simpatia dos personagens, sem contar as belas interpretações-principalmente do Harrison Ford como Solo. Não posso deixar de mencionar nesse breve texto o primeiro embate entre Luke e Vader, luta bem coreografada, e com uma ambientação fabulosa. É durante essa luta que temos a maior revelação da saga onde Vader diz para Luke que é seu pai!






Com um roteiro fantástico, iluminção e fotografia estremamente bem excutadas temos uma das maiores obras de ficção-científica onde magia, fantasia e tecnologia plastificam em nossa imaginação um imaginário político, mítico e cinamtográfico. Prazer para os olhos e ouvidos, com uma trilha sonora que tem a música da marcha imperial, tema de Vader, só poderia resultar nessa obra prima que fez parte de minha infância.

sábado, 20 de junho de 2009

The End


Sinto o sabor do queijo se misturar ao do vinho, em minha boca há a acumulação de prazeres, orgasmos em formas de sabores. O álcool me anestesia. Não sinto a dor do mundo. O mundo não sente repulsa de mim.

Viver é carregar o mundo nas costas. O mundo é pesado. As dores, aflições, angústias e desesperos pesam sobres nossas costas. A esperança e o prazer se alojam do lado esquerdo do peito, no estômago do monstro mora a felicidade, mas ela é logo digerida e transformada na merda do cotidiano. A existência é saudade. Respirar é teimar em permanecer nesse universo, permanecer nesse círculo azul solto na eternidade é ter mais tempo para procurar pela felicidade e descobrir que ela não é uma ilha fixa, mas apenas uma tábua de salvação que usamos antes de morrermos afogados pelas águas do mundo.

Não há motivos para choro, não devemos nos assustar com a falta de sentido e com o absurdo da vida. Não devemos cair no abismo gritando desesperadamente. Devemos cair sorrindo de prazer, pois quando chegarmos ao fundo vamos cavar um poço para jogar nossos corpos lá.

A existência é um fardo pesado demais, a vida uma odisséia cômica na saída, triste no caminhar, trágica ao pensar, dramaticamente humana. Sem finais felizes, sem utopia ou apocalipses. No final há somente o nada, o óbvio e ululante fim.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

TOP 10 CINEMA



   Claro que como só vou colocar os 10 mais represntativos filmes de cada gênero aqui ficaram centenas de obras primas de fora, para mim não existem somente 10 obras primas de cada categoria, mas por questão de espaço lá vais somente estes exemplares:

DRAMA:
CIDADÃO KANE
8 1/2
CINEMA PARADISO
ESTRADA DA VIDA
A LISTA DE SHINDLER
NÓS QUE NOS AMÁVAMOS TANTO
PERSONA
MORANGOS SILVESTRES
A AVENTURA( de Michelangelo Antonioni)
O HOMEM ELEFANTE




ROMANCE:
...E O VENTO LEVOU
HIROSHIMA MEU AMOR
AMOR A FLOR DA PELE ( de Wang Kar-Wai)
ATALANTE
A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM
CLOSER-PERTO DE MAIS
SOB OS TETOS DE PARIS
O ÚLTIMO TANGO EM PARIS
DR. JIVARGO
O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN




FICÇÃO-CIENTÍFICA:
2001-UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO
BLADE RUNNER
STAR WARS- O IMPÉRIO CONTRA ATACA
STAR WARS- O RETORNO DE JEDI
MATRIX
THX 1139
BRAZIL-O FILME
CONTATOS IMEDIATOS DE 3ºGRAU
LARANJA MECÂNICA
SOLARIS





POLICIAL:
O PODEROSO CHEFÃO
O PODEROSO CHEFÃO PARTE 2
ERA UMA VEZ NA AMÉRICA
OS INTOCÁVEIS
SCARFACE ( DE BRIAN DE PALMA)
UM CORPO QUE CAI
A MARCA DA MALDADE
OS INFILTRADOS
OS BONS COMPANHEIROS
ONDE OS FRACOS NÃO TEM VEZ





AVENTURA:
O ENCOURAÇADO POTENKIM
OS SETE SAMURAIS
OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA
INDIANA JONES E A ÚLTIMA CRUZADA
SENHOR DOS ANÉIS-AS DUAS TORRES
SENHOR DOS ANÉIS-O RETORNO DO REI
LAWRENCE DA ARÁBIA
BERRY LYNDON
KING KONG(1933)
PULP FICTION- TEMPO DE VIOLÊNCIA






WESTERN E GUERRA:
ERA UMA VEZ NO OESTE
TRÊS HOMENS EM CONFLITO
OS IMPERDOÁVEIS
DANÇA COM LOBOS
APOCALIPSE NOW
PLATOON
IRMANDADE DA GUERRA
NASCIDO PARA MATAR
CARTAS DE IWO JIMA
MEU ÓDIO SERÁ SUA HERANÇA




COMÉDIA:

O GAROTO
EM BUSCA DO CALICE SAGRADO
TEMPOS MODERNOS
LUZES DA CIDADE
QUANTO MAIS QUENTE MELHOR
HANNAH E SUAS IRMÃNS
NOIVO NEURÓTICO, NOIVA NERVOSA
A ÚLTIMA NOITE DE BORIS GRUSHENKO
O INCRÍVEL EXERCITO DE BRANCA LEONE
ENCONTROS E DESENCONTROS





TERROR E SUSPENSE:
O ILUMINADO
OS PÁSSAROS
PSICOSE
TUBARÃO
OS OUTROS
REC
A QUEDA DA CASA USHER ( DE JEAN EPSTEIN)
O BEBÊ DE ROSEMARY
OS INOCENTES( DE JACK CLAYTON)
A NOITE DOS MORTOS VIVOS ( DE GEORGIO A. ROMERO)
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CINEMA NACIONAL:
O CASAMENTO
TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA
DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL
TERRA EM TRANSE
NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS
O PAGADOR DE PROMESSAS
BYE BYE BRASIL
CENTRAL DO BRASIL
NOITE VAZIA
CIDADE DE DEUS
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bônus
musical: CANTANDO NA CHUVA
documentário: KOYAANISQATSI

HIROSHIMA MEU AMOR




Memória, lembranças, romance e poesia desaguam nas águas cinematográficas através do soberbo HIROSHIMA MEU AMOR, filme de Alain Resnais que de forma lírica faz uma obra cinematográfica anti-guerra e um dos melhores romances já feitos.


Uma francesa está em Hiroshima para fazer um filme sobre a "paz", acaba passando a noite com um japonês e entre sexo, diálogos e confidencias acaba explodindo um rio de lembranças e sentimentos. O rápido e estonteante relacionamento entre os dois amantes mostra o vazio de suas vidas, a falta de emoção e felicidade em seus matrimônios- os dois são casados- além de fazer girar o carrocel da memória da francesa e suas lembranças sobre o seu relacionamento com um nazista que acaba de forma trágica e lhe trás tristes consequencias.


O filme trás diálogos belíssimos, e um dos inícios mais poéticos e com cenas estramamentes fortes e com um conteúdo estético-político. Obra obrigatória para cinéfilos e amantes da sétima arte.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Encantamento com a beleza jovem

A vida é maior que a imaginação, a eternidade é menor que a vida, mas a vida é tão curta. Um beijo rápido. Uma lembrança é por toda a vida, que é curta, porém maior que a eternidade. Para sempre dura pouco, pouco, pouco...
Uma adolescente. Corpo magro. Mais alta do que o ser que digita freneticamente esse pequeno, curto e eterno texto. Uma mulher. Bonita, lembranças, sorrizo angelical. Fatal.
Me pergunto por que me impressionei tão arrebatadoramente por essa pessoa. Não sei seu nome. Ela parece não gostar de ler e nem de ser boa de papo. Nem ao menos é sensual. Tem apenas a beleza tola da juventude.
Amanhã nem lembrarei mais dela, mas sua beleza estará para sempre gravada no arquivo de minha memória, como os beijos, rápidos. Como a vida, passageira. Como a eternidade, com um fim.
Hoje tomei seu tempo caro e prezado leitor, tomei seu tempo minha doce e prezada leitora, mas não foi por querer, foi por desespero que estupidamente corri para o computador com meus dedos em furia, com minha mente em aceleração, com minha vida em súbido e passageiro fulgor para cupir na tela essas feias e empolgantes palavras sobre meu encantamento com a beleza.

domingo, 14 de junho de 2009

homossexualismo e preconceito







Assistindo novamente o simpático filme PRISCILA- A RAINHA DO DESERTO me veio a mente a questão do homossexualismo e a questão do preconceito, mas espera ai, isso é óbvio, é tema mais que comum e ululante, porém e infelizmente é atual. Olhando a situação das três drag queens que sairam de Sidney e foram para o interior da Austrália para fazer um show parece que estou presenciando este fato no Brasil, a mesma imagem de marcianos saindo de um disco voador é a imagem que é projetada nas mentes e corações de muitas pessoas por aqui, assim como elas foram nas mentes dos "caipiras" que viviam na região do deserto no filme Priscila. É engraçado como ainda é um tema polêmico e causa tanto ódio, indiferença e preconceito o tal do homossexualismo!



É coisa do demôneo, é doença, perversão, safadeza... bem não preciso nomear mais qualificadoras para a opção sexual homossexual, somente essas já estão de bom tamanho para vermos como a maioria das pessoas olham para eles( homossexuais). A religião, a moral e uma pseudo-ciência que servem de base para a ignorância e preconceito já estão ultrapassadas, não existem mais argumentos sólidos e convicentes para deturparmos a imagem dos não heterossexuais. É hora de aceitarmos as diferenças como fator de igualdade, não podemos mais ter uma visão ortodoxa como ao catolicismo medieval. Não há metáfora melhor sobre isso do que os intransigentes e preconceituosos macacos do clássico PLANETA DOS MACACOS, pois somos realmentes esses primatas que falam, produzem conhecimento e arte, mas são estremamente ignorântes em relação ao "outro".

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Escrever para não me matar


Hoje é 12 de junho, dia dos namorados, eu estou em um prostíbulo com um copo de wisky falsificado em minha mão; bebo um gole. Desce suavemente pela minha garganta, esquentando-a como um inferno, ardendo como um arranhão. Olho para a mesa em frente, um homem jovem- como eu- conversando com uma profissional que trabalha na casa onde estou, ela sorri de forma mecânica, seus olhos brilham, ela tem muita sede, ele paga muitos drinks para ela. Ela é muito sensual.

A música é interessante, está tocando Elton John, passa por dentro de meus ouvidos todo o romantismo dos anos 80, a iluminação me faz sentir em uma peça, eu estou representando. Meu papel é o da solidão. Bocas vermelhas passeiam em minha frente, corpos esculturais, rostos angelicais, olhares demoníacos. Estou no estômago do monstro sendo digerido pela luxuria, degradado pelo pecado, salvo pelo prazer, escondido, sou um fugitivo da tristeza, um herói da solidão.

Estou pronto para a odisséia erótica, o ambiente fetichizado me agrada com sua depressão, sorrisos forçados, orgasmos fingidos, parcerias improváveis. Pago adiantado, estou no quarto. Ele é abafado, ela tira a roupa. Excitação. Corpos em atritos. Acabou. Vou em bora.

Em casa me junto novamente com o vazio. Ligo a televisão e vejo as desgraças da última hora- escândalos políticos, assaltos, assassinatos, estupros, acidentes- e no intervalo comercial pessoas bonitas e sorridentes-vendendo produtos- com seus corpos e mentes a disposição do cliente.

A noite é longa, pensei que amanheceria logo. Tedio. Quero voltar para o mundo mágico da prostituição, encontrar pessoas ávidas por momentos prazerosos. Continuo assistindo televisão, essa espada justiceira que me dá a visão além do alcance.

Anoiteceu novamente, vou para o buraco negro, sou sugado pela força que sai do nada e toma conta do espaço. é inevitável, estou novamente com um copo de bebida barata e um cigarro esfumaçando minha angustia, meu marasmo. Sou mais um ser pronto para embarcar na aventura noturna e amanhecer nos braços da saldade, entardecer no desespero e escrever para não me matar.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Descredito do amor


Amor, palavra arcaica, ultrapaçada, desvalorizada. Assim é vista essa jovem experiente que percorre em nossas veias, brilha em nossas mentes, afaga nossos corações. Palavra mágica, utópica, platônica. Palavra.

Numa época onde filmes como ...E o Vento Levou são breguices, onde "ficar" sem compromisso é a palavra de ordem falar de amor é um pouco ultrapaçado. Mas se é algo fora de questão falar de amor por que ele ainda é um dos principais temas de letras de músicas, peças de teatro, roteiros de filmes, sem contar que é protagonista clássico de novelos? Como explicar isso? A mudança da forma como vemos os relacionamentos, o fim do platonismo romântico, a mudança do papel da mulhar em nossa sociedade, tudo isso contribui para que haja novas formas de se pensar e viver o amor. Mesmo tendo mudado em forma o conteúdo ainda é o mesmo, o velho e saudoso sentimento humano é sem dúvida alguma um dos motores de nossas vidas. Impossível pensar na vida sem pensar no amor, claro que não temos mais aquela visão sacra e romântica aos moldes do século XIX, mas amar ainda é um dos sentidos da vida.

paredes brancas

Olho para a mesma parede branca de meu quarto, ela não muda. É estática. A vida que habita dentro de seu frio ventre também não tem dinamicidade, vontade, ação. Também é um parasita do tempo.
Não há revoluções, ações, brigas, alegrias ou orgasmos. Não há existência dentro desse marasmo. Sarcasmo de fato, é o cuspe irônico do destino, ou coincidencia maldita do acaso. Não faz mal, amanhã ou depois vou morrer e deixar essa falta de vida para trás. Se não morrer prolongarei essa angústia até a eternidade.
A profundidade de minha imaginação se esbarra na superficialidade do meu cotidiano, sem doses cavalares de otimismo vou caminhando sobre o gelo, patinando freneticamente até me cansar. É só isso que resta nessa bola azul, nesse meu lar. Apornografia de minhas falas não excitam meu ânimo, a peraltice de meus atos não aquecem esse velho coração de pedra.
Minha estadia é fixa, sem mudanças. Olho para o vento que agride minha pele e invejo sua mudança de caminho, sua ousadia.
Olho para as paredes de meu quarto e vejo a opacidade de minha vida trasnparecer no branco frio e sem graça dessa desgraça de concreto.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

ERA UMA VEZ NO OESTE












Escrever sobre um filme grandioso como é o caso de ERA UMA VEZ NO OESTE me deixa um pouco embaralhado, não é fácil analisar e descrever essa obra monumental de Sergio Leone que na minha humilde opinião é o melhor western já feito e está entre os dez melhores filmes que já vi.





Na história do filme temos elementos importantes a serem levados em conta como vigança, disputa por terras, avanço tecnológico e progresso. Todos eles estão relacionados nessa ópera de faroeste regada a planos belíssimos, sangue e uma trilha sonora arrebatadora-uma das melhores já ouvidas por esse ouvido humano.





Jill( a belíssima Claudia Cardinale ) é uma ex-prostituta que está indo morar com o seu recente marido, chegando a sua fazendo ela o encontra morto vítima de uma chacina por parte de um grupo de assassinos liderados por Frank( o magistral Henry Fonda ), ela(Jill) vai ter a ajuda do "gaita" (Charles Bronson ) para se vingar de Frank e proteger suas terras das intensões ambiciosas de Frank e seu grupo. Além desses personagens temos ainda o simpático Cheyenne ( Jason Robards ) um fora da lei que irá ajudar os personagens de Cardinale e Bronson.





O filme prima por planos belíssimos, bem fotografados e enquadrados que nos passam uma sensação de profundidade realçando os cenários e os ambientes desérticos do filme, com um caráter épico e grandioso as cenas espetacularmente plastificas por Leone nesse grande quadro são um deleite aos olhos e ao coração do espectador. A trilha sonora composta anteriormente as gravações por Ennio Morricone dá uma imagem de ópera ao filme, uma dança da morte como diz Rodrigo Cunha no site cine players.





Disputa por terras e o avanço do progresso materializado na chegada dos trilhos da estrada de ferro são elementos primordiais para entendermos a ação da película, mas é no campo subjetivo- o da vingança- que mora a parte mais emocionante e visceral da obra. Esse tema já clássico e repetitivo do cinema é mostrado aqui com uma áurea épica e com uma profundidade estética fenomenal na figura do "gaita", um homem de poucas palavras, mas de muita ação, um esteriótipo do velho e bom cowboy movido por um desejo ferrenho de vingança contra Frank, desejo esse que irá nos conduzir a uma das melhores cenas de um duelo filmadas para o cinema, com direito a um close no olhos verdes de Charles Bronson de tirar o fôlego, close esse que dá início ao desenrolar do mitésrio que gira em torno do gaita e de Frank- a ligação entre os dois é colocada em flashback.





Uma Aventura sobre o velho Oeste feita por um Italiano que revolucionou o gênero, com planos comtemplativos, personagens bem interpretados- destaque aqui para o peso do papel femino da personagem Jill em um western- e uma grandiosidade visual e sonora própria de uma obra-prima do cinema. Um deleite para os olhos, ouvidos e corações, uma coreografia mortífera e emocionante. Cinema de verdade.





sábado, 6 de junho de 2009

MARGOT E O CASAMENTO




As relações humanas são complexas por natureza, mas no filme Margot e o casamento vemos através de úma lente de humor e drama a comédia da vida humana, o conturbado, contraditório e bonito relacionamento entre duas irmãs.


Margot interpretada por Nicole Kidman e seu filho Claude vão visitar sua irmã Pauline( Jennifer Jason Leigh) que irá se casar com Malcolm ( Jack Black). Com a chegada de Margot o relacionamento do casal Pauline e Malcolm é colocado em cheque, devido a dúvida sobre o futura dessa relação colocada por Margot. Mas o ponto auto do filme é mesmo a relação dessas excêntricas irmãs, rivalidades, desconfianças, atritos do passado e choque de opiniões são constantes na convivência das duas.


Na obra há espaço para reflexões sobre o casamento, como o caso de Pauline e do artista desempregado e deprimido Malcolm, ou com a traição de Margot- que esta tendo problemas no casamento. Com uma bela fotografia e enquadramentos intimistas o filme desenrola o novelo da essência humana, com uma levesa e uma linguagem visual impar, sem contar o texto que é muito interessante.


O filme não é soberbo, porém é delicado e simpático, de um bom gosto acima da média dos filmes atuais, que consegue mergulhar na alma humana com uma estética agradável e sem ser chato, além de ter um elenco com inerpretações excelentes.

razão histórica?




A história é uma prostituta, ela da prazer, mas não diz a verdade, não abre o jogo, fingi orgasmos. Saber a verdade sobre uma prostituta é mergulhar em sua intimidade, é sair da objetividade. Para sabermos a verdade sobre a história é preciso se aproximar do real através da representação, criar um diálogo com a sociedade que se quer perguntar algo. A narrativa histórica é esse colocar-se no lugar do passado, é a aproximação do "realmente" vivido.Gritar no túnel do passado esperando respostas em forma de ecos é ilusão. Achar que ressuscitaremos épocas passadas é pura especulação.


O tempo possibilita um diálogo, um entender-se na coisa mesma. O tempo é uma ponte que possibilitar um melhor entendimento com o outro, outro ser humano de outro tempo e outra cultura. Pesquisar sobre o passado, entender o presente e criar espectativas para o futuro, eis a ousadia dessa ciência humana chamada história. Dar identidade, construir memórias, guiar nossos passos na escuridão do tempo rumo ao passado com olhos no presente, nos levando a compreensão de outras vivências, modos de pensar, viver, amar, comercializar ou até explorar e matar! Analisar etruturas econômicas e sociais, dar orientações para o nosso viver atual, essa é a razão histórica desse mundo sem razão.


sexta-feira, 5 de junho de 2009

RUMO AO FIM DA ETERNIDADE


Acordei. Olhei para o sol. Pensei no colorido e tons amarelados da manhã. Meu estômago vazio se encheu, minha boca foi inundada por uma avalanche amarga. Tudo ao meu redor me enojava, até mesmo a beleza.

Nessa manhã descobri que mesmo a falta de tristeza é dolorida, a anomia, a falta de aventura, a beleza sem graça de manhãs ensolaradas me causa  náuseas. Estou com alergia do universo.

O ar que penetra coercitivamente em meus pulmões me dá  mais alguns segundos de vida nesse claustrofóbico mundo. A falta de limite para o universo me desespera. A eternidade é um seguir sem fim para a agonia.

Anoiteceu, o frio da madrugada invade meu quarto, minha cama é o sarcófago dessa múmia que escreve, blasfema e cospe suas palavras de contestação nesse espaço. O espaço, eternidade sem fim de lugares. Olhar para a escuridão melancólica da noite me desespera com a vastidão negra do espaço. Não consigo mais existir nesse infindável mundo, o simples fato de respirar e ocupar um lugar nessa caótica e absurda vida me da alergia. Vou desaparecer no cosmo, mergulhar na eternidade, finalizar minha jornada.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

EDWARD- mãos de tesoura









Edward- mãos de tesoura é uma pequena obra prima do fantástico e excêntrico diretor Tim Burton. Nessa aventura que mistura terror, ficção-científica, comédia e drama o fabuloso destino de Edward é exposto para as mentes humanas com seus toques de bizarrices, fantasia, humor e existencialismo.





O mãos de tesouro, vivido pelo genial Johnny Deep, é um jovem criado por um cientista, este morre antes de terminar sua "obra" e com isso a criatura fica faltando uma de suas partes-as mãos; no lugar delas Edward tem tesouras. O personagem de Deep vive sozinho em sua mansão velha e "tenebrosa" até o dia em que uma vendedora de cosméticos o encontra e o leva para morar junto com ela e sua família, é ai que começam os problemas. No início Edward se torna a atração da pequena cidade, cidade essa que parece ter saido de um seriado de tv dos anos 60, depois ele acaba sendo perseguido pelas suas diferenças.





O filme é uma fantástica aventura no coração humano, onde vemos o conflito com o diferente, a inveja e as peripecias que passam as pessoas ingênuas. Com um tom de fantasia e conto de fadas a película mistura humor negro com uma deliciosa história dramática e romantica.





O personagem mãos de tesoura é a síntese da "criatura" sem malícia, sua dificuldade em se adaptar a sociedade mostra o quanto somos terríveis e crueis com o as pessoas, seu romance com Kim Boggs( Winona Rydar) nos mostra a velha história do amor impossível.





A película mistura um colorido forte e alegre da cidade, como os jardins verdejantes e bem desenhados, com uma fotografia e uma iluminação gótica, como é o caso da mansão onde vive Edward, dando um toque de terror e magia ao ambiente onde vive nosso anti-herói.





Temas como a solidão estão presentes na obra, o protagonista é um ser condenado a solidão. A melancolia está presente no rosto pálido e triste do mãos de tesoura com sua roupa "cyberpunk" e seu pentiado esquisito, símbolo da "anormalidade" e marginalidade de alguns grupos sociais.





O filme é uma deliciosa e agradável história sobre a tristeza, solidão e horror humano, narrada com fantasia e embalada pela trilha sonora inconfundível de Danny Elfman, parceiro absoluto de Burton. Dificil não se emocionar com esse clássico de sessão da tarde.

terça-feira, 2 de junho de 2009

corrupção e mentalidade




O poder é algo que corrompe, onde há privilégios, hierarquia, status e dinheiro há corrupção; seja na família, na igreja, na polícia ou num banco. N a política não é diferente, mas por que então a corrupção na política nos deixa tão irritados?


Apesar dessa realidade está impregnada em toda a sociedade é na esfera do poder pública que ela é mais latente, pois é nela que nossos representantes, aqueles que deviriam estar cuidando de nossos interesses e que muitas veses estão cuidando de interesses particulares, estão.


Falar em acabar com a política não resolve o problema, enquanto ouver sociedade haverá política. Acabar com os políticos corruptos não é fácil, já que são maioria. Para tentarmos solucionar o problema temos que partir de uma mudança de mentalidade, criarmos uma nova educação moral e uma consciencia política e de cidadania. A solução para essa triste e macabra realidade vai bem mais longe, passa por questões conjunturias e estruturais, mas é a partir de uma nova educação e consciência do papel de cada um dos cidadãos na política que isso começará a mudar.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

sem razão

A maior crueldade da vida é a própria existência, não pedimos e nem escolhemos para nascermos, somos jogados no turbilhão da vida, ela nos nos lança no olho do furacão e depois nos atropela.
Viver é existir sem motivo, razão ou lógica. Simplesmente surgimos sem mais explicações, colocados na roleta russo, prontos para explodirmos o cérebro de um ser a qualquer momento. Não temos muita escolha, viver ou não.
Se escolhermos continuar nesse caos, caminhando por estradas sem fim, rumo ao absurdo, chegando ao nada teremos que conformarmos com todas as possibilidades que essa prostituta sem rosto nos dá. Dor, nojo, tristeza, tesão, alegria e anomia; tudo faz parte do pacote. Escolher existir é escolher sofrer todas as angústias, prazeres e dores da vida, de forma apaixonada e sem arrependimentos.
Viver é correr o risco de se esbarrar na vida, de mergulhar em suas águas escuras e misteriosas, passasr pelo arco-íris de algodão doce, cair nas labaredas infernais. Viver é perigoso, o risco de existir faz parte de nossa escolha por continuarmos navegando no mundo, astronautas de mármore, cavaleiros e damas do além, prisioneiros do agora.
Quando morrermos tudo sumirá como lágrimas na chuva, todas nossas lembranças de dias felizes, dores e ansiedades. Memórias coloridas, flash´s em preto em branco de vivencias humanas deixarão de ter razão ou vida. Mesmo assim teimamos em aproveitar esse momento unico e passageiro, arriscado e perigoso.